(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

'N�o apareceu metade da missa', diz Arruda sobre DEM


postado em 16/10/2012 20:59

Dois anos e meio ap�s ser preso e ter o mandato cassado acusado de ser chefe do esquema criminoso batizado de mensal�o do DEM, o ex-governador do Distrito Federal Jos� Roberto Arruda deu o primeiro depoimento nesta ter�a-feira � Justi�a. Ele negou as acusa��es, disse que foi v�tima de vingan�a de inimigos e, dando socos na mesa, amea�ou ir � forra: "J� que destru�ram minha vida mesmo, n�o tenho pressa. S� digo uma coisa: ainda n�o apareceu nem metade da missa."

Arruda est� indiciado na a��o penal 707, que corre no Superior Tribunal de Justi�a (STJ), pelos crimes de corrup��o, lavagem de dinheiro e forma��o de quadrilha, podendo pegar mais de 20 anos de pris�o caso seja condenado. Ele foi ouvido no Tribunal de Justi�a do Distrito Federal, por delega��o do ministro Arnaldo Esteves Lima, relator da a��o. A quadrilha, segundo as investiga��es da Pol�cia Federal, teria desviado mais de R$ 1 bilh�o dos cofres p�blicos em seis anos.

O delator do esquema, o ex-secret�rio de Rela��es Institucionais Durval Barbosa, que tamb�m dep�s nesta ter�a-feira, reafirmou a den�ncia de que Arruda comandava a organiza��o criminosa. Ele disse que pagava as contas do ex-governador com "dinheiro sujo", inclusive viagens internacionais. "Deixava dinheiro escondido, d�lares, em um banheiro para ele", afirmou. Explicou que Arruda frequentava a casa dele e que teria deixado dinheiro de contratos de inform�tica at� com a sogra dele.

Exaltado, Arruda negou as acusa��es e disse que todos os di�logos apresentados por Durval e periciados pela PF foram editados e manipulados. "Acabaram com a minha vida p�blica porque eu n�o cedi �s chantagens desses bandidos", garantiu. Mas entrou em contradi��o e admitiu que, ap�s eleito, recebeu os empres�rios financiadores de sua campanha, que teriam lhe cobrado a fatura. "Financiamento privado de campanha � fonte de crise permanente", observou ele, citando como exemplo o mensal�o petista do governo Luiz In�cio Lula da Silva.

Um dos maiores esquemas de corrup��o da pol�tica brasileira, o mensal�o do DEM foi desmantelado em novembro de 2009 pela Opera��o Caixa de Pandora, da Pol�cia Federal. O esquema consistia no desvio de recursos p�blicos em contratos "viciados" cobran�a de propina de empres�rios que tinham neg�cios com o governo e rateio de caixa dois entre autoridades e pol�ticos da base aliada. Entre 2000 e 2009, teriam sido desviados mais de R$ 1 bilh�o dos cofres p�blicos.

Al�m de Arruda, figuram na lista de 37 denunciados pelo Minist�rio P�blico o vice-governador Paulo Oct�vio Pereira, dez deputados e ex-parlamentares, secret�rios de Estado e autoridades. Em 20 de setembro, no �ltimo despacho sobre o caso, o ministro relator transformou o inqu�rito criminal 650 na a��o penal 707, tornando os acusados formalmente em r�us. Eles responder�o pelos crimes de corrup��o - ativa e passiva -, lavagem de dinheiro e forma��o de quadrilha.

O dinheiro era desviado por meio de contratos, a maioria na �rea de inform�tica, com dispensa de licita��o. Outro mecanismo consistia no reconhecimento de d�vidas relativas a servi�os n�o realizados ou superfaturados. "Generos�ssimos pagamentos eram feitos a diversas empresas, muitas do setor de inform�tica e, claro, em retribui��o aos pagamentos, os empres�rios e propriet�rios mantinham pagamentos regulares, mensais a diversas pessoas do governo", explicou o procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, quando entregou a den�ncia, em junho.

A a��o corre no STJ porque um dos acusados, o conselheiro Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, tem direito a foro especial. Se ele renunciar ao cargo, o caso desce para a Justi�a Federal de primeira inst�ncia, uma vez que nenhum dos demais r�us tem prerrogativa de foro especial. A den�ncia demorou mais de dois anos a ser entregue porque o MP, segundo Gurgel, teve de refazer quase todo o inqu�rito da PF, que deixou de fora v�rios envolvidos no esquema, entre os quais os deputados que aprecem em fitas de v�deo embolsando propinas.

Por ocasi�o da abertura do inqu�rito, em novembro de 2009, a procuradora da Rep�blica Raquel Dodge anexou 30 v�deos que revelam em detalhes como funcionava a m�quina de arrecada��o e distribui��o de propina. O primeiro mostra Arruda recebendo R$ 50 mil das m�os de Durval Barbosa, operador do esquema, que depois se tornou delator e ter� benef�cios penais por isso.

H� fitas com acusados colocando dinheiro na cueca, nos bolsos, em pastas e bolsas. O ex-presidente da C�mara Distrital Leonardo Prudente aparece enfiando ma�os de dinheiro nas meias. O ex-corregedor da Casa deputado J�nior Brunelli, que � pastor evang�lico, aparece em outro v�deo recebendo dinheiro e fazendo a ora��o da propina junto com Durval e Prudente. A deputada Eurides Brito foi cassada depois do v�deo em que p�e dinheiro na bolsa.

A deputada federal Jaqueline Roriz, que aparece em um dos v�deos recebendo ma�os de dinheiro de Durval, tamb�m dep�s nesta ter�a-feira. Ela disse que se tratava de recursos para ajuda de campanha e que n�o sabia que a origem era ilegal.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)