O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva usou como exemplo o impeachment de Fernando Collor de Mello, deputado federal pelo PTB e aliado do governo Dilma, ao pedir ao eleitor para n�o trocar o certo pelo duvidoso, ontem (domingo, 20) em Diadema, na regi�o do ABC paulista. Ele fez quatro discursos durante carreata do prefeito M�rio Reali (PT), candidato � reelei��o e que est� atr�s nas pesquisas do candidato do PV, Lauro Michels. Lula lembrou que, em 1989, o povo preferiu Collor a outros candidatos de tradi��o, como Ulysses Guimar�es e M�rio Covas, mas "voc�s viram a desgra�a que deu", disse, referindo-se ao governo que congelou a poupan�a dos brasileiros e terminou com o impeachment do presidente.
Lula citou ainda a personagem Carminha da novela Avenida Brasil, exibida pela Globo, para insistir na tese da escolha certa. "Voc�s viram o que aconteceu com a Carminha, ela trocou o certo pelo duvidoso." A personagem de Adriana Esteves fez escolhas erradas e terminou num lix�o. "N�s agora estamos vendo aqui em Diadema as mesmas fantasias. Temos de votar em pessoas que t�m hist�ria.
Colocar algu�m que n�o administrou nem a cozinha de sua casa n�o � bom", disse. Em outra fala, citou o prov�rbio "mais vale um p�ssaro na m�o que dois voando" para reafirmar a aposta em Reali que teve desempenho abaixo do esperado no primeiro turno. "Se algu�m da fam�lia tem um problema, a gente corrige, n�o troca de fam�lia.
Estou h� 38 anos com a Marisa e at� agora n�o consegui cumpri todas as promessas, mas estamos juntos e ela sabe que n�o pode trocar o certo pelo duvidoso." Como ex-presidente, ele disse que ir� cobrar os prefeitos que apoiou.
Lula percorreu quatro bairros ao lado do candidato e fez a defesa do PT, sem se referir ao julgamento do mensal�o. "Eu queria lembrar o que era o Brasil e o que era Diadema antes do PT e o que � agora. Queria que voc�s dessem uma olhada no que era o com�rcio dessa regi�o h� 15 anos e o que � agora. Foi a partir do nosso governo que os pobres ganharam dignidade, pois criamos 17 milh�es de empregos. Aqui era uma cidade pobre e envergonhada, agora at� universidade tem." Ele voltou a falar do preconceito que sofreu at� chegar � Presid�ncia e provar que um oper�rio podia mudar a hist�ria do Pa�s. "Diziam que o PT n�o podia governar porque era radical, mas pergunte a qualquer comerciante se em qualquer outro momento da hist�ria eles ganharam tanto dinheiro como quando fui presidente. Por essa raz�o � que a elite brasileira quis derrotar o PT."
S�bado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) esteve em Diadema no palanque do advers�rio do petista, aliado dos tucanos. Coube aos ministros Alexandre Padilha, da Educa��o, e Aloizio Mercadante, da Sa�de, que acompanharam Lula, situar o PSDB como advers�rio na cidade e criticar o governo tucano. "S�o Paulo vai votar no Haddad porque o PSDB do FMI, das privatiza��es e do ped�gio n�o fez o que prometeu para o povo", disse Mercadante. "Ao lado do verde est� o governador das catracas", atacou Padilha. Em Diadema, os petistas acusam o Governo do Estado de acabar com a integra��o entre o transporte coletivo local e o sistema de transportes metropolitano.
Por tr�s vezes, durante o percurso, militantes do PT tiveram um princ�pio de confronto com simpatizantes de Michels. Houve troca de empurr�es e amea�as de agress�o. A Pol�cia Militar mobilizou seis viaturas para conter os �nimos. Lula voltou a sentir a bursite no ombro esquerdo quando subia no caminh�o de som. Ele apalpava o local com express�o de dor e referiu-se ao problema durante o discurso. Lula ainda tem uma maratona de com�cios pela frente, antes da vota��o do segundo turno: hoje (segunda-feira), vai a Jundia� e Guarulhos e, na ter�a-feira, viaja para o Nordeste, estando previstas atividades de campanha em Fortaleza, Jo�o Pessoa e Salvador. Na quinta-feira, Lula se desloca para Cuiab�.