A primeira disputa � prefeitura municipal em segundo turno da hist�ria de Uberaba mobiliza l�deres nacionais e anuncia n�o apenas o confronto pelo Pal�cio do Planalto em 2014 entre o PT de Dilma Rousseff e o PSDB de A�cio Neves, como tamb�m sinaliza para ainda maior proximidade entre socialistas e tucanos em Minas Gerais. Concorrem o deputado federal Paulo Piau (PMDB) e Antonio Lerin (PSB).
Por seu turno, a candidatura de Piau tamb�m provocou baixas no PMDB. O prefeito Anderson Adauto deixou a legenda depois da interven��o da Executiva estadual em defesa da indica��o de Paulo Piau. Adauto n�o conseguiu viabilizar no partido a candidatura de Rodrigo Mateus, nome de sua prefer�ncia. Rejeitando o que considerou “inger�ncia” do comando estadual da legenda na cidade, o prefeito anunciou apoio no primeiro turno � candidatura do deputado estadual Adelmo Carneiro Le�o (PT).
Sem condi��es de apoiar Paulo Piau, Anderson Adauto, que havia indicado Luciene Fachinelli para ser vice na chapa de Adelmo Carneiro Le�o e respaldou a sua candidatura no primeiro turno, declarou-se “neutro” no segundo turno. Apesar disso, Fachinelli j� est� com Lerin. Mas o destino de Adelmo foi outro. A presen�a de Eduardo Campos e de A�cio Neves em Uberaba acendeu a luz vermelha no comando do PT. O diret�rio nacional, o estadual e as bancadas estadual e federal deram indica��o ao deputado estadual petista de apoio a Paulo Piau.
Na briga pela cidade do Tri�ngulo Mineiro com um or�amento para 2013 de R$ 1 bilh�o, Piau e Lerin, ambos de partidos da base de Dilma Rousseff, disputam tamb�m quem tem mais tr�nsito junto ao governo federal. Os dois tamb�m garantem �tima interlocu��o com o governo do estado. E ao formular perguntas dirigidas um ao outro, ambos procuram desqualificar as rela��es propaladas nos discursos de campanha.

Paulo Piau
O processo de indica��o de sua candidatura dentro do PMDB foi conturbado. O prefeito Anderson Adauto, que era do partido, apoiava outro candidato e chegou a questionar o seu registro na Justi�a. Adauto saiu do partido e apoiou a candidatura do deputado Adelmo Carneiro Le�o (PT). Isso trouxe dificuldades para a sua campanha?
Dificuldade nenhuma. Tem trazido sim energia para a campanha, em fun��o do desgaste do prefeito Anderson Adauto na cidade. Pelo contr�rio. Um governo que deixa faltar �gua na cidade, deixa as pessoas sem atendimento � saude, deixa um tr�nsito ficar ca�tico… A avalia��o final do governo dele � ruim. � um governo de muitas obras, mas de pouca valoriza��o do servidor p�blico. Ent�o, o final do governo dele est� sendo pessimamente avaliado. O PMDB aqui est� unido. H� uma ou outra defec��o, mas majoritariamente est� bem, unido, sem desgaste.
PT e PMDB s�o partidos aliados no plano nacional. A mesma alian�a se reproduziu em cidades como Belo Horizonte, a partir de uma interven��o pol�tica dos l�deres nacionais. Em Uberaba h� conversa no plano nacional para atrair o PT � sua campanha?
Essa conversa existe no plano nacional, no estadual e no plano municipal. Uma corrente quer ficar neutra e outra quer apoiar a candidatura do PMDB, pois tem muita dificuldade de se ligar a candidatura com o apoio do governo do estado. Vai ter reflexo para frente.
Em um eventual futuro governo, qual ser� a maior �nfase de sua administra��o?
A educa��o deve ter a maior �nfase de todos os governos: federal, estadual e municipal. Mas se formos olhar os problemas, o primeiro e mais urgente � a sa�de. O segundo maior problema � falta de �gua, a quest�o do abastecimento. Em Uberaba, a responsalidade pelo abastecimento � do Centro Operacional de Desenvolvimento e de Abastecimento (Codau), uma autarquia da prefeitura. O terceiro problema � seguran�a p�blica. Portanto, em termos de decis�o e de apoio a investimentos, a educa��o ter� a maior �nfase. Mas como problemas reais a serem resolvidos, a �nfase ser� ao abastecimento de �gua e � seguran�a p�blica. Terei facilidades para atrair investimentos porque sou governo federal. O vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, � do meu partido, o PMDB. Al�m disso, tenho boa rela��o com o governo do estado.
Pergunta formulada por Antonio Lerin
O senhor fala tanto que tem o apoio do governo federal, mas em nenhum momento os ministros ou a pr�pria presidente declararam apoio � sua candidatura. Al�m disso, a presidente acabou de vetar v�rios itens do C�digo Florestal de que o senhor foi o relator. Afinal, qual � o relacionamento com o governo federal?
Quero dizer que tenho o apoio do PT de Uberaba, do PT de Minas, do PT nacional, da presidente Dilma, do vice-presidente Michel Temer e de todo o governo federal. Sou o �nico candidato em Uberaba que tem o apoio do governo federal. Em rela��o ao C�digo Florestal, esse foi um debate nacional, com composi��es contradit�rias. E o contradit�rio faz parte da solu��o dos assuntos que dizem respeito � democracia brasileira. A coincid�ncia entre o meu relat�rio e a finaliza��o dada agora pela presidente Dilma � acima de 96%. Portanto, n�s divergimos em 4%, um �ndice muito pequeno. N�o h� qualquer desgaste meu com a presidente. O ministro Aldo Rebelo, que foi relator do C�digo Florestal e ficou exposto mais do que eu nesse relacionamento com o Pal�cio do Planalto, virou ministro do Esporte. Portanto, n�o tenho nenhuma sequela com a presidente Dilma. Muito pelo contr�rio. Tenho o seu apoio e o de seu governo.

Antonio Lerin
O senhor teve, desde o primeiro turno, o apoio de l�deres do PSDB, como o governador Antonio Anastasia e o senador A�cio Neves. Isso gerou constrangimento com Fahim Sawan, candidato do PSDB derrotado no primeiro turno?
N�o trouxe constrangimento algum, porque Fahim foi comunicado pelo presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, de que o partido n�o deveria ter candidato em Uberaba, pois dentro de um entendimento nacional foi definido que em Uberaba o PSDB apoiaria o PSB. Mesmo assim, o PSDB municipal manteve a candidatura do Fahim. Agora no segundo turno, o PSDB municipal entendeu a nossa proposta e nos declarou apoio. Fahim Sawan deixou o PSDB. Aqui, estamos disputando para ser o pr�ximo prefeito da cidade. O outro candidato teve que tomar o partido do prefeito para ser candidato. Ele imp�s a candidatura de cima para baixo. A nossa foi constru�da ao lado das pessoas de bem da cidade.
H� duas candidaturas da base Dilma em Uberaba. O fato de o PSDB estar apoiando a sua candidatura e de estar presente aqui por meio do senador A�cio Neves, ao lado do presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, emite algum sinal para o Planalto em rela��o ao posicionamento do PSB em 2014?
Em hip�tese alguma. Temos a felicidade de pertencer aos quadros �ticos do PSB e ter o apoio do PSDB e de ministros como Fernando Bezerra (PSB), da Integra��o Nacional. A candidatura Lerin � a �nica que tem o apoio do governo federal e do governo estadual. A outra candidatura declara que tem o apoio do governo federal e que transita no estadual. Esse candidato critica o governo estadual e ao mesmo tempo fala que viabilizou o gasoduto na cidade. Parece um pin�quio. A�cio Neves e Eduardo Campos estiveram aqui juntos porque as agendas deles coincidiram. Foi poss�vel virem juntos. Estou orgulhoso de ambos estarem aqui. Antes de pensar em 2014, temos de discutir 2012 primeiro. A participa��o dos dois � em cima do respeito e da lealdade que tem o nosso partido em Minas para com o governador Anastasia.
Em um eventual futuro governo, qual ser� a maior �nfase de sua administra��o?
A valoriza��o do ser humano. Uma cidade com mais de 300 mil habitantes n�o pode deixar faltar m�dicos nos postos de sa�de, n�o pode queimar rem�dios, n�o pode permitir faltar �gua nas torneiras dos lares uberabenses. E temos que ampliar o efetivo na �rea da seguran�a. Tenho o compromisso de dobrar o efetivo da guarda municipal e tamb�m tenho o compromisso do governo do estado de ampliar o efetivo da Pol�cia Militar e da Pol�cia Civil na cidade.
Pergunta formulada por Paulo Piau
O senhor tem o apoio expl�cito do governador Anastasia (PSDB) e do senador A�cio Neves (PSDB). Como pode dizer que tem o apoio expl�cito do governo federal? � compat�vel ou � um arroubo para a enganar a popula��o?
� claro que � compat�vel quando se conquista a lealdade das pessoas. O bom relacionamento que temos com a presidente Dilma Rousseff (PT) e com o governador do estado, Antonio Anastasia (PSDB), torna isso poss�vel. O ministro Fernando Bezerra, por exemplo, gravou para a nossa candidatura. V�rios outros colaboradores tamb�m. Eu pergunto ao meu advers�rio: por que n�o conseguiu nenhum ministro para apoi�-lo? Ser� que realmente ele tem o apoio do governo federal?