Apoios, visitas a regi�es importantes do munic�pio, ataques e muita argumenta��o. Em comum, os oito candidatos que disputam o segundo turno das elei��es em Minas Gerais t�m o tempo apertado para tentar inverter ou definir suas situa��es. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, o deputado estadual Bruno Siqueira (PDMB) e a ex-reitora Margarida Salom�o (PT) ter�o uma s�rie de debates em que o primeiro vai enfatizar o apoio dos governos federal e estadual e a segunda tentar ligar o advers�rio ao prefeito Cust�dio Mattos (PSDB), derrotado nas urnas no primeiro turno. Em Contagem, Durval �ngelo (PT) quer minimizar o peso da entrada do governador Antonio Anastasia (PSDB) e do senador A�cio Neves (PSDB) na campanha de Carlin Moura (PCdoB). Em Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, os candidatos tamb�m apostam na for�a dos caciques partid�rios.
Contagem - Diga-me com quem andas
Os �ltimos dias da acirrada campanha eleitoral em Contagem, na regi�o metropolitana, devem ser pautados por uma briga em raz�o de apoios pol�ticos. Enquanto o candidato Carlin Moura (PCdoB) vai explorar os novos aliados do PSDB, com a exibi��o de um depoimento do senador A�cio Neves em seu programa de televis�o e um ato com o governador Antonio Augusto Anastasia, o advers�rio, Durval �ngelo (PT), vai trabalhar para que essas presen�as no palanque advers�rio pesem negativamente. O petista vai lig�-los ao ex-prefeito da cidade Ademir Lucas (PSDB), rejeitado pelas urnas no primeiro turno.
A ades�o dos tucanos � candidatura de Carlin foi formalizada ontem, em reuni�o do conselho pol�tico da campanha. O presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, assinou um documento chamado pacto por Contagem, pelo qual foram acordados 10 pontos program�ticos, incluindo a uni�o dos governos municipal, estadual e federal por a��es para a cidade. No texto, os partidos colocam ainda como prioridade as �reas da educa��o, sa�de, desenvolvimento econ�mico e sustentabilidade. Carlin coloca ainda como objetivo uma a��o integrada entre os munic�pios da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.
Amanh�, Carlin faz uma plen�ria com a participa��o do governador Anastasia, do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e do prefeito eleito de Betim, Carlaile Pedrosa (PSDB), para pregar a ideia de um pacto metropolitano. “Isso refor�a a nossa linha de conduta no primeiro e segundo turno, que � a uni�o de esfor�os de todos a favor de Contagem. Estamos fazendo uma campanha suprapartid�ria, pensando no interesse da cidade e n�o dos partidos”, afirmou o candidato. Carlin tamb�m exibiu no programa o apoio do deputado federal George Hilton (PRB), que concorreu � prefeitura sem chegar ao segundo turno.
Durval �ngelo segue com a participa��o da prefeita Mar�lia Campos (PT) nos grandes atos de campanha, mas ter� o desfalque da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que n�o v�o aparecer em Contagem. A estrat�gia do candidato � vincular Carlin Moura a pol�ticos com grande rejei��o na cidade. Na mira est�o o deputado federal Newton Cardoso (PMDB), cujo partido apoia a campanha de Carlin e o tucano Ademir Lucas. “� at� melhor para mim que fiquem claros esses apoios, porque fica evidente que eu n�o estou no passado. Est� arrepiando o povo de Contagem saber que o Newton e o Ademir v�o voltar � prefeitura, atrav�s desse pseudo discurso de novo”, afirmou o petista.
Outra pulga que Durval pretende colocar na orelha do eleitor � o fato de v�rios partidos estarem aderindo � campanha de Carlin. Na vis�o do petista, isso pode levar a um loteamento de cargos na administra��o. Outra frente � se defender dos ataques sofridos ao longo da campanha por sua participa��o � frente da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia. Para defend�-lo da pecha de “defensor de bandido”, ele traz hoje a Contagem o te�logo Leonardo Boff, conhecido por sua atua��o na �rea dos direitos humanos. Ele participa o dia todo de a��es com o candidato.
Durval participou ontem de reuni�o da comiss�o da verdade na Universidade Federal de Minas Gerais, onde cobrou a postura do advers�rio comunista. “Estamos em uma homenagem a sete alunos mortos, tr�s do PCdoB. Essa atitude em Contagem devia envergonhar esses estudantes. N�o vi nenhum dirigente do PCdoB presente”, disse. O candidato disse ter grava��es de Durval, Tilden Santiago (PSB) e M�rio Caixa (PCdoB) no primeiro turno da elei��o, dizendo que ele seria defensor de bandido.
Juiz de Fora - debates d�o o tom
A �ltima semana da campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata, ser� marcada por debates. Ser�o tr�s, dois em redes de televis�o e um em uma emissora de r�dio. O confronto direto ganhar� relev�ncia, j� que os caciques pol�ticos que apoiam os candidatos Bruno Siqueira (PMDB) e Margarida Salom�o (PT) n�o v�o at� a cidade fazer campanha para seus afilhados.
Bruno, que declara estar � frente nas pesquisas, garante que manter� o tom “light” da campanha, sem cr�ticas a Margarida. “Vou continuar divulgando as propostas, principalmente, as mudan�as em rela��o � administra��o municipal”, frisa Bruno. A tentativa de se desvincular do atual prefeito, Cust�dio Mattos (PSDB), � uma resposta �s declara��es de Margarida, que buscam ligar o peemedebista ao tucano.
Cust�dio foi rejeitado pelas urnas e teve apenas 60.378 votos (21,09% dos votos v�lidos). No primeiro turno Bruno ficou na frente, com 115.267 votos (40,26%), Margarida teve 106.487 (37,19%). Juiz de Fora � o quarto col�gio eleitoral de Minas Gerais, com 386.662 eleitores. Bruno recebeu o apoio do PSDB, mas n�o ter� a presen�a dos principais l�deres tucanos: o governador Antonio Anastasia e o senador A�cio Neves.
“N�o sei se ele (Bruno) � o candidato do Cust�dio, mas ele � o candidato do PSDB e usa como argumento sua rela��o com o governador Anastasia (PSDB)”, afirma Margarida. “Ao fazer essa associa��o � l�gico que ele tem vantagem de um lado, mas desvantagem de outro”, complementa. A petista tamb�m cogitou a presen�a do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) na cidade, por�m a viagem foi descartada para n�o melindrar o PMDB, aliado do governo federal e partido do advers�rio de Margarida.
Bruno, por sua vez, destaca que tem o apoio do governo estadual e tamb�m do governo federal, pois seu partido � o principal aliado da presidente Dilma Rousseff. “� muito importante para a cidade o apoio do governo federal e do governo estadual, principalmente, do Anastasia”, afirma. J� Margarida vai intensificar a divulga��o de sua �ltima proposta, uma redu��o de 10% no IPTU e de 2% do ISS. A petista afirma que o tracking encomendado por sua campanha aponta um crescimento da candidatura, que se aproxima do advers�rio.
Montes Claros - Panfletos ap�crifos
A campanha de segundo turno em Montes Claros, travada entre os candidatos Paulo Guedes (PT) e Ruy Muniz (PRB), esquentou com a presen�a de ministros e maior n�mero de cabos eleitorais, bandeiras e cavaletes nas ruas. Todo o esfor�o � feito em busca de conquistar os indecisos, cujo percentual estaria acima dos 10%, de acordo com pesquisas recentes. O aparente clima de tranquilidade do primeiro turno foi trocado pelo vale-tudo, com a distribui��o de panfletos ap�crifos. Os ataques aos candidatos nas redes sociais se multiplicaram.
Ainda no in�cio da campanha, simpatizantes da candidatura de Guedes garantiram que se ele fosse para o segundo turno, receberia a visita do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Como Lula, assim como a presidente Dilma Rousseff, decidiu priorizar apenas algumas capitais, o jeito de tentar compensar a aus�ncia dos caciques petistas foi garantir a presen�a dos ministros nesta semana que antecede a elei��o. Anteontem, Paulo Guedes recebeu o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel, que participou de uma carreata. Ontem � noite, foi a vez do titular da Sa�de, Alexandre Padilha, que participou de um encontro com l�deres pol�ticos e a milit�ncia no espa�o de eventos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Bairro Ibituruna.
Ainda do lado petista, ficou vis�vel o refor�o do trabalho dos cabos eleitorais. “N�o existe nenhuma ofensiva, mas sim um planejamento feito do in�cio da campanha para refor�ar o trabalho nas ruas na reta final, assim como ocorreu no primeiro turno”, salientou Alec Duarte, da equipe de comunica��o de Paulo Guedes. O deputado tamb�m passou a fazer uma campanha mais agressiva, tentando colar o nome do seu advers�rio, Ruy Muniz, ao do prefeito Luiz Tadeu Leite, pelo fato de o representante do PRB ter o apoio do PMDB, partido do atual chefe do Executivo.
Ruy Muniz tamb�m refor�ou a propaganda nas ruas. Ontem foi feito um grande encontro com l�deres e moradores da Zona rural no Parque de Exposi��es de Montes Claros. A coordena��o da campanha de Ruy Muniz reclamou da distribui��o, nos �ltimos dias, de panfletos ap�crifos, com ataques pessoais ao candidato, reproduzidos tamb�m em mensagens enviadas por telefone celular e pelas redes sociais. O comando da campanha petista nega a autoria de material ofensivo ao advers�rio. “O que sabemos � que est�o circulando panfletos, falando absurdos contra o Paulo Guedes, tamb�m divulgados na internet. Mas n�o atribuimos a origem a ningu�m. Apenas supomos de onde pode estar vindo esse tipo de ataque”, insinua Alec Duarte.
Uberaba - Vice-presidente X craque de futebol
A �ltima semana da campanha de segundo turno pela Prefeitura de Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro, ter�, de um lado, o ocupante do segundo cargo p�blico mais importante da Rep�blica e, do outro, um dos maiores jogadores de futebol da hist�ria do pa�s. O deputado e ex-craque Rom�rio (PSB-RJ), atacante da sele��o campe� da Copa do Mundo de 1994, desembarca na cidade at� sexta-feira, para pedir votos ao candidato do seu partido no munic�pio, o deputado estadual Lerin. O ex-jogador vai medir for�as com o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB), que desembarca hoje para participar de caminhada com o concorrente de sua legenda � prefeitura, o deputado federal Paulo Piau.
O parlamentar anunciou na tarde de ontem apoio do PPS � sua candidatura. O partido ficou em sexto lugar na disputa, com Edson Santana, que n�o compareceu ao ato de ades�o � campanha do PMDB. Os outros tr�s concorrentes que n�o conseguiram ir ao segundo turno, Adelmo Le�o (PT), Wagner do Nascimento J�nior (PTC) e Fahim Sawan (sem-partido), j� haviam declarado apoio a Piau.
Lerin amenizou a ida de advers�rios para o lado do peemedebista. “Os candidatos foram, mas os eleitores ficaram comigo”, disse. Ao lado do candidato ficou o PSDB, que teve Fahim Sawan como candidato. As duas principais lideran�as dos tucanos em Minas, o governador Antonio Augusto Anastasia e o senador A�cio Neves, no entanto, apoiaram Lerin desde o in�cio da campanha, o que provocou a sa�da de Sawan da legenda.
A agenda de Michel Temer em Uberaba ter�, al�m de encontro com lideran�as, caminhada pelo bairro Girassol, onde o governo federal construiu um conjunto habitacional do Programa Minha Casa, Minha Vida. No s�bado, o ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel (PT), esteve na cidade. J� a participa��o de Rom�rio na campanha de Lerin ainda n�o foi definida. Na sexta, o senador A�cio e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pediram votos para o candidato.