
Ainda por indica��o do relator, o CNMP aprovou o afastamento preventivo de Dem�stenes da fun��o de promotor de Justi�a do Minist�rio P�blico de Goi�s pelo tempo que durar o processo. A previs�o � que o processo administrativo tramite por 120 dias, per�odo em que Dem�stenes ter� oportunidade de exercer ampla defesa.
O relator Jeferson Coelho explica que, a demiss�o, no entanto, s� poder� ser aplicada se Dem�stenes n�o for considerado membro vital�cio do Minist�rio P�blico. A vitaliciedade est� em vigor desde a Constitui��o de 1988, mas Demostenes abriu m�o do benef�cio para ser candidato ao Senado e por isso teria perdido esse direito. Caso a vitaliciedade seja, no entanto, reconhecida a pena de demiss�o s� poder� ser efetivada se for decretada pela Justi�a em uma a��o espec�fica posterior.
De acordo com o relator, Dem�stenes - mesmo afastado das fun��es - n�o estava dispensado dos deveres de membro do Minist�rio P�blico. "Valendo-se do v�nculo funcional, Dem�stenes prometeu e interferiu no Minist�rio P�blico de Goi�s para defender os interesses da organiza��o criminosa comandada por Carlinhos Cachoeira", disse.
O relator exibiu di�logos comprometedores gravados pela Pol�cia Federal na Opera��o Monte Carlo que mostram o envolvimento de Dem�stenes com Cachoeira. Em alguns deles, o senador avisa ao contraventor sobre opera��es policiais programadas para Goi�s. "Ele passava para o Cachoeira informa��es privilegiadas e sigilosas sobre opera��es de combate ao crime organizado em Goi�s", disse o relator. "A vida pol�tica de Dem�stenes gravitava desde 2009 em torno de Carlinhos Cachoeira e do esquema de jogos de azar que ele comandava", acrescentou ele, que definiu a organiza��o como "tenebrosa engrenagem criminosa".
Jeferson Coelho afirmou que, por sua vez, Cachoeira influ�a nos rumos da atividade parlamentar de Dem�stenes, que lhe consultou at� sobre a perman�ncia no DEM. Segundo o relator, a amizade de Cachoeira proporcionou a Dem�stenes diversas regalias. Citou como exemplos o uso de aparelho de celular/r�dio, garrafas de vinho, uso de aeronaves e at� uma propina de R$ 1 milh�o, supostamente passada pela Construtora Delta ao ex-senador, conforme revelam as grava��es.
O advogado de Dem�stenes Torres, Neilton Cruvinel Filho, protestou com veem�ncia contra a decis�o do Conselho e acusou o colegiado de atropelar a ampla defesa e o princ�pio do contradit�rio. Ele disse que o seu cliente foi prejulgado e submetido a linchamento por press�o da imprensa.