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Estado de Minas VIT�RIA DA OPOSI��O

Norte de Minas optou pela renova��o pol�tica

Levantamento feito pelo EM mostra que os prefeitos conseguiram ser reeleitos ou fazer o sucessor em apenas 36% dos 86 munic�pios da regi�o. Suspeitos de corrup��o perderam


postado em 04/11/2012 08:02 / atualizado em 04/11/2012 08:05

Operação da Polícia Federal apreendeu documentos na prefeitura de Montes Claros, onde o prefeito desistiu de tentar a reeleição (foto: WILSON MEDEIROS /Esp. EM /DA Press)
Opera��o da Pol�cia Federal apreendeu documentos na prefeitura de Montes Claros, onde o prefeito desistiu de tentar a reelei��o (foto: WILSON MEDEIROS /Esp. EM /DA Press)

O Norte de Minas, que tradicionalmente sempre foi governista, com grupos pol�ticos se perpetuando no poder, apresentou um resultado bem diferente este ano: levantamento feito pelo Estado de Minas mostra que em 86 munic�pios, a oposi��o saiu vitoriosa em 53 cidades (63,85%). De 34 chefes de executivos do Norte que concorreram � reelei��o, apenas 12 conseguiram o segundo mandato (35,3%). Outros 47 prefeitos lan�aram candidatos, mas somente 16 (34,04%) elegeram seus sucessores. Segundo estudos da Associa��o dos Munic�pios da �rea da Sudene (Amans), em 2004 e 2008, 70% dos prefeitos que tentaram a reelei��o obtiveram sucesso.

Em junho, a Pol�cia Federal e o Minist�rio P�blico Estadual realizaram a Opera��o M�scaras da Sanidade, para investigar um grupo de empresas apontado como l�der de um esquema de desvio de recursos p�blicos, por meio de fraudes em licita��es de obras e servi�os de prefeituras. Durante a opera��o, a PF cumpriu mandados de busca e apreens�o em 35 prefeituras do Norte e duas no Vale do Jequitinhonha. O levantamento do
Estado de Minas mostra que das 35 cidades do Norte onde ocorreu a investiga��o, em 28 (80%) a oposi��o foi vitoriosa nas urnas, derrotando o prefeito que tentou a reelei��o ou o candidato apoiado por ele. J� nas duas cidades do Vale do Jequitinhonha investigadas na opera��o, a oposi��o venceu em uma: Itamarandiba. Em Capelinha, o prefeito Pedro Vieira da Silva (PSDB) foi reeleito.

Em praticamente todos os munic�pios, o fato de agentes da PF entrarem na prefeitura para apanhar documentos, independentemente do resultado das investiga��es – foi explorado na campanha. Prefeitos investigados que n�o conseguiram se reeleger ou fazer os sucessores n�o acreditam, contudo, que as opera��es da PF possam ter influenciado o resultado das urnas, alegando que teriam comprovado que s�o inocentes. � o caso de Janu�ria, onde o prefeito Maur�lio Arruda (PTC) tentou a reelei��o, mas foi derrotado por Manoel Jorge (PT). “Acho que a Opera��o da Pol�cia Federal n�o teve nada a ver com o resultado da elei��o na nossa cidade, pois, durante o meu mandato, n�o houve nenhuma obra suspeita de irregularidade no nosso munic�pio e as pessoas perceberam isso”, afirmou Arruda. Para ele, a derrota se deve ao fato de ter feito o que chamou de “governo t�cnico”, que impossibilitou a comunica��o com os moradores da zona rural, onde seu advers�rio foi vitorioso. “Montei um secretariado t�cnico – e n�o pol�tico. Quando algum dos meus assessores chegava na zona rural e era questionado sobre alguma coisa, dava uma resposta t�cnica e n�o pol�tica. Isso n�o agradou ao eleitorado”, argumentou Arruda, que � advogado e, partir de janeiro, pretende voltar a trabalhar como consultor jur�dico de prefeituras da regi�o.

Boatos O prefeito de Manga, Joaquim Oliveira S� (PPS), o Quinquinha, que est� no segundo mandato, fez uma gest�o bem-avaliada, mas n�o conseguiu eleger seu sucessor. Para ele, assim como em outras cidades da regi�o, um fato que teria pesado em Manga foi a divulga��o de pesquisas falsas, que teria favorecido o prefeito eleito, Anast�cio Guedes (PT). Quinquinha tamb�m reclama dos boatos que afirmavam que se o PT n�o fosse vitorioso os benef�cios do Programa Bolsa-Fam�lia seriam cortados. Outro administrador bem-avaliado e que n�o conseguiu fazer o sucessor foi Reinaldo Teixeira (PTB), de Capit�o En�as, tamb�m investigado durante a Opera��o M�scaras da Sanidade. “A repercuss�o pol�tica disso foi pequena, pois, investigaram coisas antigas, anteriores � minha gest�o”, acredita ele. Teixeira entende que seu grupo pol�tico saiu derrotado por n�o ter se preocupado em preparar um candidato � sucess�o. “Fiquei focado na administra��o. Acabei demorando a lan�ar um nome como meu candidato na disputa”, admitiu ele, que apoiou o vereador Werlyson Lopes, o Binga (PTB), derrotado por C�sar Em�lio (PT) por uma diferen�a de 311 votos.

PMDB lidera
Apesar da “renova��o”, o PMDB continua sendo o partido com maior n�mero de prefeituras no Norte de Minas (13), seguido do PP (nove), PT (oito), PTB (seis) e DEM (cinco). O PT manteve o n�mero de prefeituras (oito), mas dos atuais prefeitos filiados � legenda que tentaram um segundo mandato, apenas um se reelegeu: Jair Oliva, de Bras�lia de Minas. Por outro lado, os petistas conquistaram prefeituras importantes do ponto de vista regional, como Janu�ria e Salinas.

Tadeu Leite banido da propaganda

Em Montes Claros, cidade polo da regi�o, o prefeito eleito, Ruy Muniz (PRB), que teve como companheiro de chapa Jos� Vicente (PMDB), contou com o apoio discreto do prefeito Luiz Tadeu Leite (PMDB), cuja administra��o foi investigada pela opera��o. Depois de desistir de tentar a reelei��o, Tadeu Leite sequer apareceu na propaganda eleitoral do candidato do seu partido. O apoio da m�quina administrativa, contudo, foi fundamental para que Muniz vencesse Paulo Guedes (PT) no segundo turno.

Em Pirapora, o prefeito Warmillon Braga (DEM) elegeu o seu sucessor, L�o Silveira (PSB), numa disputa apertada: 52,29% contra 47,71% do empres�rio Indalecio Garcia (PSDB). Warmillon est� no quarto mandato consecutivo como prefeito (antes de Pirapora, administrou o munic�pio de Lagoa de Patos em duas gest�es) e responde a v�rios processos por den�ncias de irregularidades, al�m de tamb�m ter sido investigado pela PF. Mas ele alega ser inocente em todos os processos, garantindo ser alvo de persegui��o pol�tica.

Em Salinas, tamb�m investigada pela PF, o prefeito Jos� Prates (PTB) n�o conseguiu eleger a professora Maria Seleide Gon�alves (PSB), derrotada pelo empres�rio Joaquim Neres Xavier Dias, o Quincas da Ciclodias (PT). “A nossa candidata foi prejudicada por ter ficado sub-judice durante a campanha devido a uma decis�o judicial de primeira inst�ncia, s� sendo liberada faltando dois dias para a elei��o”, argumentou ele.


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