
Derrotada na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, a oposi��o ainda n�o sabe como se comportar na C�mara Municipal. E ainda consegue o fato in�dito de brigar por causa de cent�metros quadrados de uma �rea que a PBH pretende doar a um conjunto habitacional no Vale do Jatob�. � isso mesmo, cent�metros quadrados.
Dois parlamentares do PT, partido do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate � Fome, Patrus Ananias, que perdeu a elei��o para o prefeito Marcio Lacerda (PSB), discutiram em plen�rio ontem por causa do veto do governo a um projeto de lei. Arnaldo Godoy, reeleito com a segunda maior vota��o na corrida por cadeiras na C�mara, queria a derrubada da decis�o do prefeito, enquanto Tarc�sio Caixeta, ex-l�der de Lacerda na Casa, tamb�m reeleito, defendia a manuten��o do veto.
O texto determinava a doa��o de pequena �rea, no Barreiro, a um conjunto habitacional. O terreno pertencia a uma pra�a e foi “invadido” durante a constru��o dos pr�dios. O veto, segundo o l�der do governo, Ronaldo Gontijo (PPS), ocorreu por causa da legisla��o eleitoral. “� proibida qualquer doa��o de �rea nos anos em que a popula��o vai �s urnas”, lembrou.
Na avalia��o de Godoy, no entanto, o repasse do terreno aconteceria somente em 2013. J� Caixeta concordou com o seu sucessor no cargo de l�der do prefeito e foi ao microfone defender o posicionamento. “Parece que o passado est� de volta”, disse Godoy, ao receber a palavra e pregar a derrubada do veto.
“Quem vive de passado � museu”, retrucou Caixeta, argumentando, por�m, que estava seguindo an�lise do projeto feita, conforme o parlamentar, pela consultoria da bancada do PT na Casa. Depois da briga, o veto foi mantido com 22 votos a favor e quatro contra.
Com a falta de entrosamento do principal partido da oposi��o, foi f�cil para Lacerda ver a sess�o de ontem da C�mara ser encerrada com seis de seus 13 vetos na pauta sustentados. A vota��o dos sete restantes foi adiada a pedido dos pr�prios autores dos textos e pode ser retomada hoje.
Apesar de o resultado ter sido bom para o governo, na avalia��o do presidente da C�mara, Leo Burgu�s (PSDB), o balan�o da vota��o de ontem foi apenas satisfat�rio. Antes da sess�o, para tentar acelerar a vota��o dos vetos e de projetos, o tucano prop�s aos vereadores que n�o conseguiram a reelei��o que indicassem at� tr�s proposi��es para serem votadas at� o fim da legislatura. Para os que conseguiram mais quatro anos de mandato, foi pedida a sugest�o de um texto.
O acordo foi feito, os vereadores compare�am � sess�o – 40 dos 41 parlamentares estiveram na Casa –, mas houve m� vontade at� mesmo na vota��o dos vetos. Apesar de o painel mostrar a aus�ncia de apenas um vereador, o m�ximo de votos registrados nas vota��es de ontem foi 27, durante a aprecia��o do veto parcial do projeto de lei que cria a semana da sa�de bucal nas escolas municipais, com 26 votos de sim e uma absten��o. “O importante � que os vereadores est�o na Casa, participando das discuss�es. J� votar ou n�o � inerente � fun��o dos parlamentares em qualquer lugar do mundo”, avaliou o presidente da C�mara.