Na deflagrada disputa por cargos no novo governo, o prefeito eleito de S�o Paulo, Fernando Haddad (PT), v� se repetir na transi��o um embate interno no PT que permeou sua campanha desde o in�cio, quando era montado o n�cleo que pilotaria o barco ao longo do ano. Nela, op�em-se de um lado os principais setores da Construindo um Novo Brasil (CNB), corrente majorit�ria no partido em n�vel nacional, e de outro o PT municipal, onde a CNB se configura apenas como a terceira for�a.
Tr�s nomes da principal corrente chegaram a ser ventilados para ocupar o cargo de coordenador-geral: o dos deputados federais Ricardo Berzoini, Jos� de Filippi e Vicente C�ndido. Berzoini e Filippi declinaram. C�ndido e Filippi acabaram em fun��o de destaque, por�m n�o no primeiro escal�o. Tornaram-se ambos coordenadores do programa de governo.
Veio a crise envolvendo a aproxima��o com o prefeito Gilberto Kassab (PSD), que conversara com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva sobre a possibilidade de ingressar na chapa de Haddad. O bloco de Lula - a CNB � frente - fazia for�a para que sim; a coordena��o da pr�-campanha, ent�o pilotada pelos vereadores Donato, Jos� Am�rico e Chico Macena, empurrava na dire��o contr�ria - mais alinhado nesse caso com seus coordenadores do que com Lula, Haddad torcia para que n�o.
Jos� Serra (PSDB) decidiu sair candidato e tirou Kassab da �rbita petista. Resolvia-se um impasse, mas nascia outra disputa de teses. Com Haddad patinando na casa dos 3%, o grupo que antes tentava atrair o prefeito para a chapa petista come�ou a advogar a necessidade de di�logo com os setores m�dios e conservadores da capital, sobretudo com as igrejas, que Kassab prometera anteriormente trazer consigo. O n�cleo duro da campanha, apoiado por outras partes do PT municipal, fez vistas grossas aos apelos.
Durante todo o tempo, Haddad esteve mais alinhado com a dire��o de sua campanha, mas n�o deu um passo sem consultar Lula. Agora, na transi��o, tenta repetir a presidente Dilma Rousseff. Preserva-se de parte das press�es e diminui a barganha de petistas e aliados. Deve montar um secretariado que mescle os diversos pleitos que lhe chegam: da CNB, do PT municipal, de Lula e dos aliados.