Prestes a se aposentar da Corte, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, afirmou nesta segunda-feira que n�o vai antecipar os votos que precisa apresentar na aplica��o das penas de todos os condenados no processo do mensal�o. Ayres Britto aposenta-se no pr�ximo domingo, dia 18, e ter� apenas mais uma sess�o, a de quarta-feira, para participar do julgamento. At� o momento, o presidente do STF proferiu apenas oito dos 25 votos dos r�us considerados culpados pelo tribunal.
O presidente do STF saiu em defesa da proposta do ministro Joaquim Barbosa, relator da a��o penal, de ter apreciado nesta tarde casos do n�cleo pol�tico. Ayres Britto lembrou que, no in�cio do julgamento, foi decidido que cada ministro adotaria a metodologia que quisesse na hora de apresentar seus votos. Ele recha�ou o rumor de que o colegiado iria apreciar nesta segunda-feira casos do n�cleo financeiro.
"Eu j� mandei verificar e a resposta que me deram � a de que n�o seria o n�cleo financeiro. Mas, ainda que fosse, o Supremo � o Supremo Tribunal Federal. N�s deliberamos aqui, os senhores viram. O ministro Celso de Mello ainda colocou �nfase, e eu tamb�m, que a mat�ria ficaria a cargo do relator, porque s�o tr�s n�cleos. Qual o direito de algu�m tem de exigir que o n�cleo seja votado em uma determinada ordem? N�o tem", afirmou Ayres Britto.
Ayres Britto disse que n�o h� "o menor preju�zo para a defesa" a aprecia��o dos casos do n�cleo pol�tico. O presidente do STF disse que � interessante na hora da dosimetria que o crime de corrup��o ativa, cometido pela antiga c�pula do PT, pelo ex-ministro Jos� Dirceu e pelo grupo do empres�rio Marcos Val�rio, fosse analisado antes da corrup��o passiva.
O presidente do STF negou que Joaquim Barbosa tenha colocado em pauta as penas aplicadas a Jos� Dirceu agora para que ele pudesse participar. "Ela (a minha participa��o) j� estaria assegurada pela l�gica das coisas", afirmou. Ayres Britto disse ainda que "n�o � desej�vel" o bate-boca ocorrido entre Barbosa e o revisor da a��o, Ricardo Lewandowski, que protestou contra a an�lise nesta tarde do n�cleo pol�tico. "Claro que n�o � o desej�vel, mas os ministros s�o seres humanos. Esse processo � absolutamente inusual", disse ele.