
As homenagens a Ayres Britto abriram a sess�o de ontem, antes da retomada do julgamento do mensal�o. Em discurso, ele agradeceu � mulher, Rita de C�ssia, e aos filhos, que participaram da sess�o. O presidente do Supremo disse que estava feliz por chegar ao fim de seu mandato com “sa�de, �nimo e alegria”. “Os gregos diziam que o entusiasmo � Deus dentro da gente. Quando cheguei, o ent�o presidente Maur�cio Corr�a me disse que o tempo passaria muito r�pido. E, de fato, passou em um estalar de dedos”, contou.
Ayres Britto lembrou que o Supremo tem um papel cada dia mais importante na sociedade. “O STF interfere mais e mais no curso da vida. O Supremo est� mudando a cultura do pa�s a partir da Constitui��o”, disse o presidente. Explicou que os ministros s�o “os guardi�es da Constitui��o, que � o mais leg�timo dos documentos jur�dicos”. O presidente tamb�m brincou com o fato de ser conhecido por causa de seu jeito tranquilo e sereno. “Dizem que sou pessoa calma e dizem que isso � uma virtude. N�o vou fazer aqui autolisonja, mas, se tenho coeficiente emocional razoavelmente administrado, � por conta de algumas convic��es”, disse. Para o magistrado, a sociedade tem o direito de se tranquilizar “sabendo que a sua causa est� com um juiz sereno e equilibrado”.
Decano do Supremo, o ministro Celso de Mello falou em nome dos colegas. Mais uma vez, ele criticou a exig�ncia legal que obriga os funcion�rios p�blicos a se aposentar compulsoriamente aos 70 anos. “N�o fosse essa regra implac�vel, certamente o pa�s e, particularmente, o STF poderiam continuar beneficiando-se da valiosa doa��o do eminente ministro Ayres Britto, cujos julgamentos luminosos tiveram impacto decisivo na vida dos cidad�os desta Rep�blica e na vida das institui��es democr�ticas deste pa�s.”
Pelo segundo dia consecutivo, Ayres Britto cobrou o reajuste salarial para o Judici�rio. O ministro se reuniu pela manh� com senadores e deputados. O presidente do Supremo argumentou que o aumento do subs�dio � necess�rio porque a Justi�a tem perdido servidores para outros poderes. Segundo ele, o Judici�rio “experimenta h� anos um perigoso e temer�rio processo de desprofissionaliza��o”.