Uma semana depois da declara��o sobre ser “bab�” da popula��o de Belo Horizonte nos cuidados em rela��o �s chuvas, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) pediu desculpas nessa quinta-feira aos moradores da cidade pela afirma��o e anunciou que os pontos de alagamento da capital poder�o passar a ter tamb�m sirenes ou alto-falantes para informar sobre a possibilidade de enchentes e n�o apenas placas alertando para o perigo, como ocorre hoje.
A primeira tempestade da temporada chuvosa 2012/2013, al�m de ter provocado uma morte na capital, causou v�rias inunda��es e deixou sem energia in�meras regi�es. Os alagamentos se repetiram nos pontos cr�ticos da cidade, incluindo as avenidas Cristiano Machado, Bernardo Vasconcelos, Bar�o Homem de Melo e Francisco S�, no Bairro Prado, Regi�o Oeste, que virou um rio e onde a for�a da �gua empilhou carros. Segundo os bombeiros, 62 �rvores ca�ram, seis casas desabaram, duas �reas de risco foram interditadas e 14 pessoas ilhadas foram socorridas. Em todo o estado, as chuvas j� mataram 12 pessoas neste ano.
Lacerda, que ontem participou de encontro com empres�rios ao lado do ex-ministro da Integra��o Nacional Ciro Gomes, disse que a prefeitura n�o pode manter presen�a constante na vida da popula��o, e comparou as consequ�ncias das chuvas e o uso de bebida por motoristas. “As pessoas ingerem �lcool, v�o dirigir e acertam o poste com o carro. Isso � um risco que elas assumem. Ent�o, a gente tem que alertar a popula��o para n�o entrar de carro nas correntezas, porque podem ser arrastados. � preciso evitar a proximidade de c�rregos em momentos de inunda��o. Vamos imaginar formas de alerta, com sirenes, alto-falantes nesses locais de maior risco de inunda��o. Talvez s� as placas n�o resolvam”, disse o prefeito.
RECURSOS Lacerda citou investimentos em andamento e os que ser�o feitos para tentar atenuar as consequ�ncias das chuvas na capital. O total que est� sendo aplicado � de R$ 900 milh�es. Outros R$ 500 milh�es j� foram destinados �s obras, e para o ano que vem o montante seria de R$ 1 milh�o, segundo os n�meros divulgados pelo prefeito. “� muito mais dinheiro do que vamos investir no metr�”, afirmou. Sobre a previs�o para o fim dos alagamentos, Lacerda afirmou que a insufici�ncia de recursos, a mudan�a clim�tica, o regime pluviom�trico e o planejamento original de constru��o da capital dificultam uma solu��o definitiva para os problemas de cheia na cidade. “A natureza tem um certo grau de previsibilidade. Quando se faz o c�lculo de um projeto contra enchente, simula-se recorr�ncia de cinco, 20, 50 e 100 anos de volume de chuvas concentradas em determinada regi�o. E quanto mais preparada for a obra, mais cara fica”, disse.
Para o prefeito, se BH tivesse sido constru�da sob a legisla��o atual, respeitando 30 metros de dist�ncia dos cursos d’�gua e 50 metros das nascentes, “seria um para�so”. “Foi um projeto bonito � �poca em que foi concebido, mas que n�o respeitou a natureza. Tomou-se um desenho urban�stico que foi implantado sobre uma malha hidrogr�fica”, afirmou.