O modus operandi (modo de opera��o, maneira de agir) dos irm�os Vieira – Paulo, Rubens e Marcelo, acusados de comandar um esquema criminoso infiltrado dentro de �rg�os federais, alvo da Opera��o Porto Seguro, da Pol�cia Federal (PF) – chamou a aten��o da procuradora da Rep�blica Suzana Fairbenks, que coordenou a investiga��o no Minist�rio P�blico Federal (MPF) em S�o Paulo, em conjunto com a PF.
“A documenta��o dos autos � muito caracter�stica. Eles n�o param de cometer crimes, a pol�cia at� usa essa express�o quando pede as pris�es. O fundamento �: eles simplesmente n�o param de cometer crimes. E foi o que a gente percebeu. � o tempo inteiro, � o modus operandi deles, est� na vida deles, eles s� fazem isso o tempo inteiro”, disse a procuradora nessa ter�a-feira � noite.
Segundo a procuradora, infiltrados nos �rg�os p�blicos, eles vendiam pareceres a grupos empresariais para os mais diversos fins. “O processo do Tribunal de Contas da Uni�o que gerou toda essa investiga��o era a concess�o de �reas no terminal do Porto de Santos que n�o tinham sido licitadas”, disse.
A investiga��o da Opera��o Porto Seguro come�ou com um inqu�rito civil p�blico para a apura��o de improbidade administrativa. O ex-auditor do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Cyonil da Cunha Borges de Faria J�nior revelou ao Minist�rio P�blico Federal e � Pol�cia Federal que lhe foram oferecidos R$ 300 mil para que elaborasse um parecer t�cnico a fim de beneficiar um grupo empresarial do setor portu�rio que atua no Porto de Santos, a empresa Tecondi (Terminal para Cont�ineres da Margem Direita), em um contrato com a Companhia Docas de S�o Paulo (Codesp).
“Ele [Cyonil] � um corrupto que sofreu um golpe, porque recebeu um calote do pagamento, n�o pagaram tudo e ele resolveu denunciar o esquema. Eram R$ 300 mil [o prometido] e ele recebeu R$ 100 mil, e ficou cobrando os outros R$ 200 mil”, destacou.
De acordo com Suzana Fairbenks, os irm�os Paulo e Rubens Vieira, n�cleo principal da quadrilha, entraram nas ag�ncias reguladoras com a ajuda da ex-chefe de gabinete da Presid�ncia da Rep�blica em S�o Paulo, Rosemary N�voa de Noronha, com quem mantiveram contato, quase semanal, desde 2009.
“Marcelo levava dinheiro, buscava documentos, pegava t�xi para ir l� em Santos buscar alguma coisa. O Marcelo era o executor e os outros dois irm�os [Paulo e Rubens] eram os cabe�as”.