Por causa de cargos na prefeitura, Lacerda � pressionado at� por seu pr�prio partido

Alice Maciel

Al�m da press�o externa de 18 partidos por cargos no Executivo da capital mineira, o prefeito reeleito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, ter� de agradar a sua sigla, o PSB, que quer as principais secretarias. Segundo o presidente do diret�rio municipal, Jo�o Marcos Lobo, o PSB vai reivindicar um espa�o coerente com o tamanho da sua bancada eleita na C�mara Municipal de seis vereadores e com a import�ncia que teve na campanha. Os socialistas tamb�m deliberaram, durante reuni�o da bancada com a dire��o na semana passada, que v�o lan�ar um candidato � Presid�ncia do Legislativo da capital.

Nos quatro anos de gest�o de Lacerda, o PSB s� ganhou cargos importantes – Presid�ncia da Belotur, secretaria da Regional Leste e Presid�ncia da Funda��o Municipal de Cultura – depois do rompimento da alian�a com o PT – que ocupava essas vagas –, em junho. At� ent�o, os �nicos representantes da sigla no primeiro escal�o do Executivo eram o secretario de Rela��es Institucionais, Marcelo Abi Saber, e o secret�rio de Servi�os Urbanos, P�er Giorgio Senesi Filho, que, apesar de filiados ao PSB fazem parte da cota pessoal do prefeito. Os dois ocuparam cargos de dire��o nas companhias do setor de telecomunica��es que pertenceram a Lacerda: Abi Saber foi diretor-geral da Batik e Senesi Filho era diretor-geral da Construtel.

As reivindica��es do PSB deixam o prefeito em uma saia justa. Isso porque o PSDB, o PV e o PDT que fizeram parte da coliga��o que o apoiou na reelei��o, em outubro, tamb�m querem cargos no primeiro escal�o. “O PSB tamb�m tem bons quadros t�cnicos. Tem lugar para todos os partidos da base”, avaliou o vereador Daniel Nepomuceno (PSB), considerado um dos poss�veis candidatos do partido � Presid�ncia da C�mara. Segundo ele, a sigla deve se reunir essa semana para definir o nome que ser� lan�ado.

Justificativas

Articula��es para a Presid�ncia da C�mara e press�o por cargos no Executivo s�o fatores apontados pelos parlamentares para justificar a queda do qu�rum na sess�o de ontem – apesar de 31 parlamentares terem marcado presen�a. Isso porque, na avalia��o deles, a vota��o das propostas mais relevantes logo no in�cio do m�s acarretaria na desmobiliza��o dos vereadores. Entre os projetos importantes, que eles t�m que votar antes de encerrar o ano est� o Or�amento de 2013 da prefeitura, que entra na pauta hoje.

O presidente da C�mara Municipal de Belo Horizonte, vereador L�o Burgu�s (PSDB), est� tentando um acordo na Casa para protocolar ainda esta semana o projeto que prev� o reajuste salarial dos vereadores, do prefeito, vice-prefeito, secret�rios e secret�rios-adjuntos. Os que que n�o foram reeleitos est�o resistentes. J� alguns parlamentares n�o est�o conformados com o reajuste de 33%, correspondente � infla��o acumulada nos �ltimos quatro anos. Eles reivindicam um aumento para os vereadores que supere o sal�rio do secret�rio-adjunto. Com o reajuste proposto, o sal�rio iria para R$ 12,8 mil.

Durante o pinga-fogo nessa segunda-feira, o vereador Arnaldo Godoy (PT) chegou a questionar o fato de Marcio Lacerda ter desistido de aplicar provas e teste psicol�gico para indicados aos cargos no governo como fez no seu primeiro mandato, conforme publicou o Estado de Minas na segunda-feira. “Ser� que as pessoas indicadas n�o t�m qualifica��o para fazer teste?”, cutucou o petista. A sess�o foi marcada tamb�m pela despedida do vereador Cabo J�lio (PMDB), que assume uma cadeira na Assembleia de Minas.