Rio de Janeiro – Um debate nesta sexta-feira em Petr�polis aprofundou as discuss�es sobre o tombamento da chamada Casa da Morte, no Quarteir�o Su��o, im�vel que foi usado como centro de tortura durante a ditadura militar.
A integrante do Coletivo RJ Mem�ria, Verdade e Justi�a, uma das entidades que organizaram o debate, Ana Miranda, disse que a ideia � transformar o local em um centro de mem�ria onde se discuta a vida, e n�o a morte.
Antes do debate, as organiza��es da sociedade civil promoveram um ato em frente ao im�vel, para lembrar os 165 mortos e desaparecidos no estado do Rio de Janeiro.
A advogada Rosa Cardoso, integrante da Comiss�o Nacional da Verdade (CNV), participou do debate e disse que um dos projetos da CNV, instalada em maio deste ano, � justamente transformar esses locais, onde foram cometidas atrocidades, em centros de preserva��o da mem�ria, a exemplo do que ocorre em outros pa�ses.
“Essa pol�tica p�blica de preserva��o de espa�os � um neg�cio que a gente tem visto n�o s� na Am�rica Latina, na Europa, tamb�m em Israel. H� um movimento forte nesse sentido, aqui, no Cone Sul, mas pr�ximo da gente, na Argentina, no Chile.”
De acordo com ela, para transformar os locais em centros de mem�ria, primeiro � necess�rio que seja editado um decreto para transformar o lugar em espa�o de utilidade p�blica. Depois, ele deve ser tombado e desapropriado para, ent�o, ser feito o projeto de preserva��o com o levantamento da hist�ria do im�vel. No caso da Casa da Morte, a prefeitura de Petr�polis publicou em agosto o decreto. Rosa cita o modelo que funciona em S�o Paulo desde 2008.
“L� em S�o Paulo foi criado o Museu da Resist�ncia, no espa�o onde funcionava o Departamento de Ordem Pol�tica e Social (Dops). L� tem uma s�rie de projetos pol�ticos, culturais. Um levantamento foi feito sobre tudo que ocorreu naquele lugar”, disse.
A advogada informou que a CNV pediu a mudan�a de destina��o do Destacamento de Opera��es de Informa��es - Centro de Opera��es de Defesa Interna (DOI-Codi) do Rio e de S�o Paulo, do Dops do Rio, que hoje abriga o Museu da Pol�cia Civil, do Dops de Minas Gerais e do chamado Dopinha de Porto Alegre.