Minha gera��o 'sentiu' trucul�ncia estatal, diz Dilma

A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que a sua gera��o "sentiu na carne" o abuso e a trucul�ncia do Estado, ao fazer refer�ncia ao seu passado de contesta��o � ditadura militar. O coment�rio foi feito na solenidade de entrega do Pr�mio Direitos Humanos, no Pal�cio do Itamaraty, em Bras�lia. Dilma ressaltou que a quest�o dos direitos humanos marcou sua "vida pessoal". "Esse assunto, al�m de ser importante, ele me comove porque a minha gera��o sentiu na carne o abuso do poder, a trucul�ncia do Estado, e sabe perfeitamente como � importante e fundamental o respeito pelos direitos humanos. Sabe que esse � um pilar fundamental de uma sociedade democr�tica, n�o existe nada mais importante do que os seres humanos em qualquer esfera da nossa atividade", afirmou. A presidente destacou os trabalhos da Comiss�o da Verdade, que tem entre os objetivos "esclarecer os fatos e as circunst�ncias dos casos de graves viola��es de direitos humanos" entre 1946 e 1988 e "promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos for�ados, oculta��o de cad�veres e sua autoria". A presidente anunciou os sete integrantes da comiss�o em maio passado. "Gostaria de falar do trabalho que a Comiss�o da Verdade est� executando, (de) recuperar parte da nossa hist�ria, aquela parte que ainda n�o foi contada, sobre aqueles anos em que o poder do Estado n�o respeitou os direitos b�sicos de seus cidad�os", afirmou Dilma, durante a entrega do pr�mio. Entre os premiados da solenidade est�o o Grupo Arco-�ris de Cidadania (na categoria "garantia de direitos � popula��o LGBT"), Tim Lopes ("m�dia e direitos humanos"), Pastor Djalma Rosa Torres ("diversidade religiosa") e men��o honrosa ao Levante Popular da Juventude de S�o Paulo. "Essa cerim�nia � muito importante porque os premiados d�o voz aos que n�o t�m voz, falam por aqueles que ningu�m defende, agem pelos que n�o t�m poder, voc�s atuam contra aquilo que uma sociedade tem de pior, voc�s lutam pela redu��o das desigualdades, contra as injusti�as para tornar o nosso mundo muito melhor", disse Dilma. Dilma defendeu que o Estado ofere�a servi�os p�blicos de qualidade para a popula��o, sem se esquecer de considerar as minorias. "O Estado deve destinar seus recursos e seus esfor�os para oferecer � popula��o servi�os p�blicos de qualidade, sobretudo sa�de e educa��o e oportunidades, mas o Estado deve dedicar sua maior aten��o aos vulner�veis, aos exclu�dos e as minorias, aos que s�o objeto de preconceito, aos que s�o tratados sem levar em considera��o o pleno potencial do seu desenvolvimento", discursou a presidente.