A vota��o que derrubou na manh� desta ter�a-feira o relat�rio final das investiga��es da CPI do Cachoeira apresentado pelo relator da comiss�o, deputado Odair Cunha (PT-MG), foi apertada e o parecer foi rejeitado por uma diferen�a de dois votos. Com o apoio de parlamentares da base aliada e at� a mobiliza��o de suplentes da CPI, o placar da vota��o do texto terminou em 18 votos contr�rios e 16 favor�veis. Os parlamentares, agora, discutem se v�o votar o relat�rio do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF), que n�o sugere o indiciamento de nenhum dos investigados.
O relator prop�s algumas altera��es finais, com a exclus�o do indiciamento do vereador do PSOL Elias Vaz. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi um dos que surpreenderam e acabou apoiando o texto de Odair Cunha. Randolfe justificou-se dizendo que o relat�rio era o poss�vel. Ele chegou a parafrasear o ex-presidente da C�mara Ulysses Guimar�es, na �poca da Assembleia Constituinte. "N�o � a Constitui��o perfeita, mas ser� luz de lamparina na terra de desgra�ados. Pode n�o ser o relat�rio perfeito (o do relator), mas vai ser luz de lamparina na terra da impunidade."
Contr�rio ao texto, o l�der do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que n�o h� como registrar a frustra��o ao t�rmino desta CPI. "Vamos votar contra este relat�rio n�o s� pelo que dele consta, mas, sobretudo, pelo que n�o consta dele. O que est� ausente � mais expressivo, mais significativo, do que dele consta." O tucano disse que se est�, com o relat�rio de Cunha, "chovendo no molhado", uma vez que as provid�ncias de investiga��o j� foram adotadas.
Alvaro Dias criticou o que chamou de "dois pesos e duas medidas" do relator da CPI, que na �ltima hora excluiu do texto o vereador do PSOL. O deputado Silvio Costa (PTB-PE), outro contr�rio ao relat�rio, classificou o parecer de "o mais mercurial que j� viu neste parlamento". "Eu nunca vi tantas idas e vindas neste relat�rio", completou.
O l�der do PPS da C�mara, Rubens Bueno (PR), que chegou a apresentar um relat�rio em separado, tamb�m surpreendeu e disse que �, no m�nimo, uma "desconsidera��o" n�o aprovar o trabalho de Odair Cunha no per�odo. "Esse documento n�o exclui nada, o conluio da madrugada e da noite", destacou.