Um acordo de �ltima hora assegurou ontem ao vereador L�o Burgu�s (PSDB) mais dois anos na Presid�ncia da C�mara Municipal de Belo Horizonte. Com 21 votos a favor, 14 contra, quatro absten��es e duas aus�ncias, o tucano derrotou o colega de partido Henrique Braga em uma elei��o marcada pela pol�mica, tens�o e at� briga entre simpatizantes dos dois candidatos. V�rias reuni�es ocorreram durante o dia na sede do Legislativo, atrasando a posse dos parlamentares e do prefeito Marcio Lacerda (PSB) em uma hora. O resultado foi apontado nos bastidores como a primeira derrota pol�tica de Lacerda no governo que teve in�cio ontem.
Sem o acordo para a candidatura do pedetista, os vereadores do PT optaram pela absten��o, com exce��o de Silvinho Rezende, que votou na chapa encabe�ada por Henrique Braga. Tamb�m optaram pelo candidato derrotado cinco vereadores do PSB, exceto Alexandre Gomes, que saiu do plen�rio na hora da vota��o. O terceiro integrante da bancada do PSDB, o vereador Pablito, que chegou a ter o nome cotado para a disputa, seguiu a orienta��o do seu partido. Sem o apoio da bancada petista e dos seis vereadores liderados pelo deputado federal Luis Tib� (PTdoB), Henrique Braga acabou derrotado.
L�o Burgu�s, contrariando a dire��o municipal e estadual do PSDB, articulou at� o fim sua candidatura, anunciando o racha na bancada tucana. “O PSDB est� rachado, uma vez que a Executiva municipal e estadual me indicou e ele (Burgu�s) escolheu lan�ar sua candidatura”, afirmou o candidato derrotado. Ao todo, 12 novatos optaram pela reelei��o. A independ�ncia do Executivo foi a justificativa que os vereadores deram para votar em L�o Burgu�s. “Eu n�o poderia votar em um nome do prefeito”, observou Iran Barbosa (PMDB), opositor do governo de Lacerda.
Derrota O PSB foi o maior derrotado nessa disputa. Ao apoiar Henrique Braga, eles acabaram sem vaga na Mesa e, pelo que corre nos bastidores, os socialistas v�o ficar tamb�m sem as principais comiss�es. J� o PTdoB acabou ganhando tr�s cadeiras na dire��o da C�mara.
O cen�rio formado na Casa n�o � bom para o prefeito. At� aliados do governo consideram que a vit�ria de Burgu�s foi uma grande derrota para Lacerda na C�mara. Agora, al�m da oposi��o do PT e do PCdoB, o prefeito vai ter que suar para conseguir apoio do grupo ligado ao presidente.
Apesar de negar que v� fazer oposi��o ao Executivo, Burgu�s deu o recado: “O que vai acontecer � que ele (Lacerda) vai ter que conversar mais, fazer reuni�es mais longas para aprovar um projeto”, afirmou. Corre nos bastidores que Wellington Magalh�es est� tentando formar uma bancada “independente”.
Em rela��o � sua posi��o contr�ria a do partido, L�o Burgu�s afirmou que o PSDB n�o chegou a escolher ningu�m. “O PSDB � um partido democr�tico. Ele deixa para os parlamentares o que acha melhor. Como n�s temos bons candidatos, lan�amos dois candidatos � presid�ncia”, afirmou, e acrescentou: “O prefeito ter a preferencia dele � leg�timo, o deputado Marcus Pestana ter a preferencia dele � leg�timo, o senador A�cio Neves tamb�m, a plateia gostar de um ou de outro � leg�timo, mas quem decide s�o os vereadores”, disse o presidente reeleito
T�o logo foi proclamada a vit�ria de L�o Burgu�s, os visitantes que lotaram as galerias da Casa se dividiram em aplausos e vaias. Um dos filhos de Henrique Braga e um simpatizante da candidatura de Burgu�s – que n�o tiveram os nomes divulgados – protagonizaram uma briga que terminou na expuls�o dos dois pelos seguran�as da C�mara.
A vota��o come�ou pouco tempo depois da inscri��o das chapas. Dar agilidade no processo foi uma manobra de Burgu�s para evitar que o grupo opositor tivesse mais tempo para articular. Ele colocou as chapas em vota��o quando alguns vereadores ainda estavam reunidos. Adriano Ventura (PT) contou que quando saiu da Casa da Dinda – espa�o localizado no plen�rio –, onde ainda estavam articulando, j� tinha passado sua vez de votar.