
Diante do caos nos servi�os prestados pela Prefeitura de Santa Luzia, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, a popula��o do Bairro S�o Geraldo n�o teve d�vida e fez um apelo ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que no processo do mensal�o se mostrou implac�vel. Na faixa, os moradores pediam que Barbosa visitasse a cidade para ajudar a resolver os problemas. Depois de tomar posse, o prefeito Carlos Calixto (PSB) adotou uma medida dr�stica e determinou a suspens�o de todos os servi�os p�blicos, al�m do fechamento da prefeitura por 15 dias. Dos 25 postos de sa�de, apenas quatro est�o abertos para atender a popula��o. Calixto diz que a medida foi necess�ria para colocar a casa em ordem, j� que os primeiros levantamentos de sua equipe apontaram que somente em contribui��es de INSS e do Instituto dos Servidores, a prefeitura deve R$ 111 milh�es, enquanto a arrecada��o � de R$ 20 milh�es.
O prefeito tratou com desd�m o pedido de socorro da popula��o a Barbosa. “Isso � a��o pol�tica”, desconversou. Mas n�o perdeu a pose e, em seguida, disse que ele � quem vai at� Bras�lia para pedir ajuda ao presidente do STF. “Depois de concluir o levantamento sobre a verdadeira situa��o da prefeitura de nossa cidade, vou procurar o ministro, porque gostaria de saber como os �rg�os de controle como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), C�mara Municipal, entre outros, deixaram que essa situa��o perdurasse por quatro anos”, afirmou. Ele defendeu maior rigor na fiscaliza��o da aplica��o da Lei de Responsabilidade Fiscal por parte dos prefeitos em fim de mandato. “Por onde anda essa lei?”, questionou. Calixto, que j� administrou a cidade de 1996 a 2004, derrotou Dr. Gilberto (PSD), candidato � reelei��o.
D�vidas
A confus�o na transi��o dos antigos prefeitos para seus rivais vitoriosos nas elei��es de outubro em Matozinhos e Sabar�, ambas tamb�m na Grande BH, prejudica e preocupa os cidad�os. A principal queixa nos dois munic�pios � em rela��o � coleta de lixo e ao atendimento na �rea da sa�de. Em Matozinhos, o prefeito Ant�nio Divino (PMDB) reclama que o caixa da administra��o municipal registra, al�m dos recursos j� empenhados, apenas cerca de R$ 3 mil, e alardeia d�vidas ainda n�o contabilizadas da prefeitura, que estima girarem em torno de R$ 7 milh�es.
Di�genes Fantini (PMDB), que retorna ao posto de chefe do Executivo de Sabar� depois de mais de 10 anos, acusa um alto funcion�rio da prefeitura de comandar ocupa��es irregulares de terrenos pela cidade para prejudicar sua administra��o. “Facilitaram chacreamentos ilegais no Bairro Ravena, por exemplo, l� s�o mais de 50. E cortaram a �gua da regi�o para me prejudicar”, afirma, indignado. “Em alguns bairros, como o S�o Paulo, o lixo n�o � coletado h� mais de um m�s.”
Moradora do Bairro Bom Jesus, a aposentada Maria Eunice da Silva, de 52 anos, comemorou ontem ao ver a chegada do caminh�o de lixo e at� ligou para o namorado para contar: “Meu bem, o lixo vai ser recolhido”, disse. Ela lembra que desde a elei��o o caminh�o da limpeza urbana s� passou pela sua rua uma vez, no come�o de dezembro.
Demiss�es
Em Sabar�, o prefeito afirma que mais de duas mil pessoas foram demitidas da prefeitura, de um total de cerca de 3 mil funcion�rios. “Eu saio para andar na rua com minha namorada e n�o tenho sossego. Mas n�o posso simplesmente recontratar essas pessoas que foram demitidas por determina��o de um termo de ajustamento de conduta (TAC). Quero fazer as coisas dentro da legalidade”, acrescenta. O comerciante C�sar Eduardo de Melo, de 43 anos, morador do Bairro Alvorada, reclama do ac�mulo de lixo na Avenida Am�lia. “Entre o Natal e o ano novo, ficou um monte de lixo na cal�ada apodrecendo, um horror”, lamenta.
De acordo com ele, faltou gaze, rem�dios b�sicos e at� insulina no hospital da cidade e nas UPAs nos �ltimos meses, que tiveram que ser adquiridos com urg�ncia m�xima. Ele relata ainda que a unidade de pronto atendimento (UPA) localizada na entrada da cidade, pr�xima ao chamado Campo do Newt�o, j� deveria ter sido inaugurada, mas h� graves irregularidades na obra. “A TAC descreve que essa UPA j� deveria estar funcionando h� muito tempo. � uma UPA tipo 3, que abrange outros munic�pios”, lamenta.
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