Fechar as portas foi sa�da para prefeituras endividadas

  O fechamento tempor�rio da prefeitura foi a medida extrema adotada pelo prefeito de Francisco S�, no Norte de Minas, Den�lson Silveira (PCdoB), diante das dificuldades que ele alega ter encontrado no munic�pio. “Fechamos a prefeitura porque n�o temos condi��es de dar uma resposta �s demandas da popula��o”, justifica Den�lson, explicando que o pr�dio vai permanecer com as portas fechadas at� sexta-feira. Ele informa que tamb�m decretou estado de emerg�ncia administrativa por causa do caos que encontrou, j� que herdou uma s�rie de d�vidas e um cofre sem dinheiro. O prefeito citou d�bitos da folha de pagamento em atraso (R$ 558 mil), conta de luz atrasada em 10 meses (R$ 80 mil) e uma d�vida com uma operadora de telefonia celular (R$ 50 mil). Segundo ele, existem passivos com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no valor de R$ 1,8 milh�o, e com a Previd�ncia Municipal, de R$ 590 mil.

“Por enquanto, estamos reestruturando a limpeza urbana e tentando normalizar o atendimento � sa�de”, afirma Den�lson. “Estamos procurando conscientizar os moradores sobre as dificuldades enfrentadas, esperando contar com a confian�a da popula��o para que possamos inverter esse quadro.” Na gest�o anterior, o prefeito de Francisco S� era Jos� M�rio Pena (PV), que n�o disputou a elei��o nem apoiou nenhum candidato para suced�-lo. Den�lson afirma, no entanto, que fez oposi��o ao seu antecessor. “Por isso, sofremos retalia��es. Fizeram muitas coisas para tentar travar nossa administra��o”, acredita. A reportagem tentou, mas n�o conseguiu contato com M�rio Pena.

Em Manga, no Vale do S�o Francisco, o novo prefeito, Anast�cio Guedes (PT), tamb�m anunciou ontem que a prefeitura ficar� fechada por 15 dias, para que possa ser feita uma auditoria nas contas e nos diversos setores da administra��o municipal. Nesse per�odo v�o funcionar somente os servi�os essenciais de limpeza urbana e sa�de e �rea de pagamento de taxas e recolhimento de tributos da prefeitura.

Anast�cio disse que n�o vai poder pagar neste m�s os sal�rios dos servidores relativos a dezembro. Ele informa que o seu antecessor, Joaquim Oliveira S� Filho, o Quinquinha (PPS), deixou para ser quitada a folha de pagamento de dezembro, no valor de R$ 1,383 milh�o. No entanto, ficou em caixa somente o montante de R$ 298 mil. “Vou tentar normalizar a situa��o e pagar o sal�rio de janeiro, que � minha responsabilidade. Depois, ao longo do ano, pagaremos os sal�rios de cada setor da prefeitura em cada m�s”,  afirmou o prefeito de Manga, irm�o do deputado estadual Paulo Guedes (PT).

Ele reclama ainda que encontrou uma s�rie de problemas na prefeitura, como a interrup��o da limpeza p�blica. Al�m disso, alegou que os processos de licita��o para compra de produtos necess�rios para o funcionamento da m�quina administrativa foram suspensos no fim da gest�o anterior, obrigando a abertura de novos processos licitat�rios. O ex-prefeito Quinquinha n�o foi localizado pela reportagem.