Militares p�em em livro vers�o sobre repress�o durante a ditadura

Vendido em apenas quatro livrarias, mas lan�ado em clubes e c�rculos militares de 14 cidades, Orvil - Tentativas de Tomada do Poder, vers�o de oficiais do Centro de Informa��es do Ex�rcito (CIE) sobre a repress�o, volta �s prateleiras at� o fim do m�s com uma tiragem de mais dois mil exemplares. As tr�s primeiras remessas, de mil exemplares cada uma, esgotaram-se em tr�s meses. O livro � assinado pelo tenente-coronel reformado L�cio Augusto Maciel e pelo tenente reformado Jos� Conegundes Nascimento, que trabalharam sob a coordena��o do general Agnaldo Del Nero Augusto, morto em 2009. Outros oficiais que participaram do projeto n�o quiseram que seus nomes aparecessem.

Dispon�vel pela internet no site da mulher do coronel reformado Carlos Alberto Ustra, que chefiou o DOI- Codi (�rg�o de informa��o e repress�o do Ex�rcito, em S�o Paulo) e assina a apresenta��o, o texto original do Projeto Orvil ficou pronto em 1987, mas o ent�o ministro do Ex�rcito, general Le�nidas Pires Gon�alves, que havia autorizado o levantamento, n�o permitiu que fosse publicado. A iniciativa do CIE pretendia ser uma resposta ao livro Brasil: Nunca Mais, de den�ncias de pris�es, torturas e assassinatos durante o regime militar, escrito por uma equipe ligada ao cardeal d. Paulo Evaristo Arns.

A publica��o de Orvil (Editora Schoba, R$ 72,90), segundo o general reformado Geraldo Luiz Nery da Silva, autor do pref�cio, � uma rea��o � cria��o da Comiss�o Nacional da Verdade. “Releva enfatizar neste pr�logo”, escreve o general, “que os revanchistas da esquerda que est�o no poder - n�o satisfeitos com as graves restri��es de recursos impostas �s For�as Armadas e com o tratamento discriminat�rio dados aos militares sob todos os aspectos, especialmente o financeiro - tiveram a petul�ncia de criar, com o conluio de um inexpressivo Congresso, o que ousaram chamar de comiss�o da verdade”.

Volume de 924 p�ginas, Orvil - livro, escrito ao contr�rio - destaca o golpe - ou contrarrevolu��o de 1964, como preferem seus autores - que derrubou o presidente Jo�o Goulart e a a��o de organiza��es clandestinas que no per�odo de 1966 a 1975 combateram o regime militar pela luta armada. A primeira parte trata da Intentona Comunista de 1935 e a quarta parte analisa a op��o da esquerda por uma nova estrat�gia - a “doutrina��o” pelos meios de comunica��o, institui��es de ensino, sindicatos e movimentos populares sobre a necessidade da revolu��o.