Demitido em dezembro de 2011 do Minist�rio do Trabalho e Emprego o presidente do PDT Carlos Lupi n�o foi em 2012 a nenhuma reuni�o do Conselho de Administra��o do Banco Nacional do Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), que ainda integra, mas recebeu a remunera��o pela "participa��o" at� setembro. Os pagamentos, de R$ 6 mil mensais, s�o trimestrais, o que garantiu ao ex-ministro R$ 54 mil pelos tr�s primeiros trimestres do ano passado.
Um primeiro of�cio pedindo a substitui��o de Lupi fora enviado pelo secret�rio-executivo do Minist�rio do Trabalho e Emprego, Carlos Sasse, ao Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio, em 18 de junho de 2012. O MTE tem direito a uma vaga no Conselho, tradicionalmente ocupada pelo pr�prio titular da pasta. N�o houve, por�m, troca at� esta quinta-feira, e Lupi ficou no posto. Atualmente, a condi��o do o ex-ministro � indefinida: embora integre o Conselho, n�o recebeu pagamento por isso no �ltimo trimestre de 2012.
Lupi foi exonerado em 2011 pela presidente Dilma Rousseff, em meio a acusa��es sobre irregularidades envolvendo organiza��es n�o-governamentais que tinham rela��o com o minist�rio. Sua queda, por�m, aconteceu quando surgiu a den�ncia de que ele teria acumulado ilegalmente cargos p�blicos. Dilma fez Lupi saber que, se n�o apresentasse sua demiss�o, seria demitido. Foi o que aconteceu.
A reportagem n�o localizou o ex-ministro para falar da den�ncia. Oficialmente, o BNDES informou aguardar a nomea��o de novo conselheiro para substituir Lupi.
Briga
A nova den�ncia contra Lupi surge em meio � disputa pelo controle do PDT. O ministro Brizola Neto, nomeado para o cargo no meio de 2012, e seu grupo pol�tico tentam tomar a m�quina partid�ria ainda controlada pelo ex-ministro, que foi um dos auxiliares mais pr�ximos do fundador da legenda, Leonel Brizola, morto em 2004. Lupi, segundo advers�rios, usou o minist�rio para refor�ar, com cargos e verbas, seu controle sobre a agremia��o. Com 26 deputados e quatro senadores, o PDT integra a base governista.
Em entrevista � Folha de S. Paulo, nesta quinta-feira, o ex-ministro afirmou que, mesmo depois de demitido, continuou a participar de reuni�es do conselho. O BNDES negou.