Rocha Mattos, juiz que caiu na Anaconda, ensaia volta

Alvo maior da Opera��o Anaconda est� de volta � cena, quase 10 anos depois. "A Anaconda acabou!", afirma Jo�o Carlos da Rocha Mattos, ex-juiz federal, personagem central de investiga��o integrada da Pol�cia Federal e da Procuradoria da Rep�blica que o mandou para a pris�o e lhe tomou a toga definitivamente.

A Anaconda, deflagrada em outubro de 2003, inaugurou a era das miss�es espetaculares da PF no governo Lula e atingiu o cora��o do Judici�rio. Rocha Mattos, ent�o titular da 4.ª Vara Criminal Federal em S�o Paulo, magistrado enigm�tico, foi capturado no dia 7 de novembro daquele ano, uma semana ap�s o estouro da opera��o que levou para o banco dos r�us 13 investigados por associa��o para venda de senten�as judiciais.

Aos 64 anos, ele ensaia o retorno �s lides jur�dicas, advogado que � desde 1975 - atividade interrompida no ano seguinte, quando ingressou na carreira de delegado da Pol�cia Federal; mais tarde tornou-se procurador da Rep�blica e, em 1984, chegou ao Judici�rio federal.

Advogar ele j� advoga, mas n�o assina nada, nem pode, enquanto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) n�o lhe restabelece a matr�cula e a beca. "Vou advogar na Justi�a Federal, no Supremo, vou advogar onde for, sempre na �rea penal, que � onde tenho grande experi�ncia."

Aposentadoria

Sem toga, ainda r�u em outras a��es penais, Rocha Mattos estuda pleitear o recebimento do valor correspondente � aposentadoria de juiz. "Tenho esse direito porque quando estourou a Anaconda j� vigorava a emenda 20 que passou a considerar a aposentadoria como retributiva. Tenho direito como outros magistrados que j� foram condenados por outros crimes."

A meta principal � outra. Em fevereiro, quando o Judici�rio reabrir as portas ap�s o recesso, ele vai ao Superior Tribunal de Justi�a requerer o reconhecimento da prescri��o da Anaconda. "� matem�tico." Sua condena��o foi imposta pelo �rg�o Especial do Tribunal Regional Federal da 3.ª Regi�o (TRF3). Tr�s anos de pris�o por forma��o de quadrilha, imp�s o veredicto de 18 de dezembro de 2004. A pena m�xima para tal delito.