Favorito para presidir novamente o Senado a partir desta sexta-feira (01), o l�der do PMDB, Renan Calheiros (AL), trabalhou nos bastidores da Casa para demover resist�ncias de colegas a fim de garantir a recondu��o de Roberto Gurgel ao comando da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), em meados de 2011. No s�bado passado (26), um dia ap�s ter sido denunciado por Gurgel por crimes que quase o levaram � cassa��o, quando presidia o Senado em 2007, o l�der peemedebista colocou sob suspeita a acusa��o criminal do procurador-geral, classificando-a de "nitidamente pol�tica" por ter sido feita �s v�speras da elei��o.
A presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Senado a mensagem para reconduzir Gurgel em 7 de julho de 2011, mesmo dia em que ele apresentou as alega��es finais do mensal�o ao Supremo. Dois senadores, um da oposi��o e outro da base aliada, e uma fonte ligada ao procurador-geral disseram � Ag�ncia Estado que Dem�stenes buscou apoios para tentar derrotar a indica��o. Publicamente, a justificativa era o caso Palocci. Em privado, segundo relatos de tr�s fontes, o senador do DEM suspeitava que estava sendo investigado por Gurgel.
Em um encontro �s v�speras da sabatina do chefe do Minist�rio P�blico Federal, Dem�stenes recusou-se a ir ao gabinete do senador Pedro Taques (PDT-MT) para se encontrar com Gurgel. O senador do DEM alegou aos presentes que n�o iria se reunir com algu�m que ele suspeitava que o investigava. No dia 11 de julho, o l�der do Democratas foi um dos respons�veis pelo pedido de vista da indica��o de Gurgel na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), alegando a necessidade de cumprir o rito segundo o qual n�o se votava o processo no mesmo dia da discuss�o do sabatinado com os senadores. Dessa forma, o Gurgel teve de ficar alguns dias fora do cargo porque seu mandato expirou no dia 22 daquele m�s.
Na segunda aprecia��o do caso na CCJ, no dia 3 de agosto, o l�der do DEM mudou de �ltima hora da sua disposi��o inicial de indicar voto contra Gurgel e a bancada do PT, que amea�ava nos bastidores retali�-lo por causa do mensal�o, n�o cumpriu a promessa. O l�der peemedebista � apontado como um dos conselheiros da mudan�a de postura tanto dos democratas como dos petistas. "Renan trabalhou para reconduzi-lo", afirmou uma pessoa que acompanhou a movimenta��o de Gurgel para garantir um novo mandato.
Naquela sabatina da CCJ, Renan Calheiros, que participou da contagem dos votos, n�o fez qualquer pergunta ao sabatinado. Elogiou-o pela "isen��o" e pela "independ�ncia" e ressaltou que as suas palavras s� refor�avam a posi��o do PMDB de apoio � recondu��o. "Parab�ns, doutor Gurgel", encerrou. Na comiss�o, Gurgel teve 21 votos favor�veis e um contr�rio. Na discuss�o em plen�rio antes da vota��o secreta, no mesmo dia, o l�der peemedebista foi o primeiro a recomendar o voto "sim" em Gurgel, que recebeu 56 votos a favor e apenas seis contr�rios.