Um ano e meio ap�s afastar o PR da Esplanada, na esteira da faxina promovida em 2011, a presidente Dilma Rousseff reabilita o partido e dar� um minist�rio para cimentar a legenda na base aliada. A comunica��o da presidente de que o PR ter� de novo um importante cargo na Esplanada - ou Agricultura ou Transportes - foi dada, na quinta-feira (07), ao ex-ministro e presidente nacional da sigla, Alfredo Nascimento, que deixou o Minist�rio dos Transportes sob den�ncias de superfaturamento.
A volta do PR � base do governo representa o apoio de cinco senadores e de 34 deputados. � um n�mero importante para assegurar vit�rias do Pal�cio do Planalto no Senado e na C�mara. Mas o gesto de Dilma tamb�m tem rela��o direta com a elei��o de 2014, quando pretende tentar a reelei��o.
O nome do PR da prefer�ncia da presidente da Rep�blica � o do senador Blairo Maggi (MT), que poder� substituir tanto o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) na Agricultura quanto Paulo S�rgio Passos, titular dos Transportes desde que, em julho de 2011, Dilma demitiu Alfredo Nascimento.
A indica��o de Maggi para o minist�rio sofre resist�ncias no Senado e na C�mara. A dire��o do PR n�o o considera fiel aos preceitos partid�rios, tanto que Maggi cogitava deixar a sigla e migrar para o PMDB.
Costuras
O certo � que Blairo Maggi teve dois encontros com a presidente Dilma Rousseff nesta semana. Um no Paran�, quando Dilma anunciou projetos para a �rea da agricultura, e outro na quarta-feira (06), no Pal�cio do Planalto. E o pr�prio Maggi costurou com ela a audi�ncia dessa quinta-feira. O encontro que reaproximou Dilma de Nascimento, que deveria durar 45 minutos, estendeu-se por duas horas e meia. Segundo um dos participantes, todo mundo deixou a sala com um “sorriso de lado a lado”. N�o foram permitidas imagens do encontro. A dire��o do partido informou oficialmente que “a decis�o de compor o minist�rio � da presidente”.
2014
Ao fazer ajustes no minist�rio, Dilma quer evitar que os partidos da base aliada migrem para chapas constitu�das pelos partidos de oposi��o ou que se aproximem do governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e prov�vel candidato � sucess�o presidencial no ano que vem.
Caso a presidente opte por agraciar o PR com a Agricultura, ela ter� de fazer compensa��es ao PMDB, o dono da pasta desde o governo do antecessor Luiz In�cio Lula da Silva. O partido n�o aceita perder espa�o. Pelo contr�rio. Quer ampliar o poder e luta para encaixar no Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia o deputado Gabriel Chalita (SP), que no segundo turno da elei��o para a Prefeitura de S�o Paulo deu todo apoio ao petista Fernando Haddad. H� resist�ncias � indica��o de Chalita por parte de corpora��es de cientistas.
Se a presidente resolver entregar os Transportes de volta ao PR, evitar� problemas com o PMDB. O atual ministro, Paulo Passos, � filiado ao PR. Mas o partido n�o o considera uma indica��o pol�tica ou um representante partid�rio. Toda a c�pula do PR entende que Passos s� se filou ao partido para garantir uma vaga na pasta dos Transportes.
PSD
Na minirreforma ministerial que Dilma come�a a articular est� assegurado tamb�m um lugar para o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab. E at� o ministro j� foi escolhido. Ser� o vice-governador de S�o Paulo, Guilherme Afif Domingos. O problema � que o novo minist�rio depende de aprova��o por parte do Senado. Um dos pedidos de Dilma ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), diz respeito � vota��o urgente do projeto que cria a nova pasta.
Antes do encontro com a presidente Dilma Rousseff, nessa quinta-feira, o l�der do PR, Anthony Garotinho, que j� amea�ou o Planalto com rompantes de independ�ncia, disse que o partido precisa ter uma identidade. “A gente s� quer uma defini��o: se � governo ou se � oposi��o”, disse Garotinho. Questionado sobre se ser governo implicaria em ter um minist�rio ele respondeu que o partido precisa ter “um espa�o pol�tico”. “Somos pol�ticos. O PT tem minist�rio, O PMDB tem minist�rio.