
A menos de dois anos das elei��es ao governo de Minas, est� aberta a temporada da constru��o de candidaturas. Partidos alinhavam poss�veis nomes para serem convocados ao mesmo tempo em que os interessados come�am a se posicionar. Se no campo dos aliados do governo de Minas a sucess�o de Antonio Anastasia (PSDB) est� vinculada � constru��o da candidatura do senador A�cio Neves (PSDB) � Presid�ncia da Rep�blica, no PT e no PMDB, principais legendas opositoras, est�o colocados os nomes de Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, e do senador Cl�sio Andrade (PMDB). “Pimentel s� n�o ser� se n�o quiser. Mas ele quer. J� me disse v�rias vezes. Vamos construir as condi��es para isso”, afirma o deputado federal Reginaldo Lopes, presidente do PT de Minas. O PSDB ter� pela frente dois nomes fortes, que vir�o com m�quinas azeitadas, fato in�dito nos �ltimos 11 anos.
Se PT e PMDB, que no plano nacional repetir�o a alian�a pela reelei��o da presidente Dilma Rousseff, estar�o juntos em Minas desde o primeiro turno, � cedo para dizer. Petistas e peemedebistas poder�o, fiando-se no exemplo da campanha � Prefeitura de Belo Horizonte do ano passado – quando a polariza��o da disputa impediu um segundo turno –, optar por lan�ar chapas independentes. O que essa estrat�gia tem de perigosa � que os dois partidos de oposi��o tamb�m dividiriam o tempo de televis�o para o enfrentamento de uma ampla coliga��o com potencial para abocanhar, sozinha, mais da metade da propaganda gratuita.
Em Minas, PSDB, PP, PDT, PV, PR, PSD, PSB, PTB, PPS e legendas menores como o PSL, o PSC, o PSDC, o PTdoB est�o na base do governo do estado e tendem a engrossar o leque de apoios ao candidato do Pal�cio Tiradentes, ainda que pelo menos o PSD sofra press�o nacional para apoiar a oposi��o, como ocorreu na sucess�o de Marcio Lacerda (PSB) no ano passado. J� o PSB tender� a dar sustenta��o ao candidato do Pal�cio Tiradentes e � candidatura de A�cio Neves, a menos que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), tamb�m concorra ao Pal�cio do Planalto. Se Campos n�o disputar e apoiar a reelei��o de Dilma Rousseff, a expectativa dos tucanos mineiros � de que Marcio Lacerda abra uma dissid�ncia no plano nacional, puxando outros socialistas insatisfeitos.
LEQUE ABERTO Enquanto na disputa do governo de Minas a proje��o de cen�rios para a oposi��o se afunila em torno de Pimentel e de Cl�sio Andrade, no campo da situa��o, a escolha do nome para concorrer ao Pal�cio Tiradentes converge, principalmente, para o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP), o presidente estadual do PSDB, Marcus Pestana, e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Dinis Pinheiro (PSDB). Ainda lembrados s�o os tucanos Danilo de Castro, secret�rio de Estado de Governo, e N�rcio Rodrigues, secret�rio de Estado de Ci�ncia e Tecnologia. A op��o Andr�a Neves (PSDB), em Minas, estaria vinculada a um cen�rio cada vez menos prov�vel: A�cio Neves n�o concorreria ao Planalto.
Com as defini��es atreladas ao arco de alian�as que A�cio buscar� construir para respaldar a sua candidatura presidencial, a situa��o n�o requer pressa na defini��o. “N�o temos um nome natural em Minas”, afirma Marcus Pestana, lembrando que aqueles colocados depender�o fortemente do apoio e do aval de Anastasia e A�cio. “Nosso calend�rio tem duas refer�ncias: o ritmo do A�cio nacionalmente e o ritmo do governo de Minas”, afirma Pestana. “Temos de ter sabedoria para conciliar os calend�rios. Vamos ter de administrar o timing”, afirma.
No momento, os tr�s principais pr�-candidatos da base do governo se movimentam com discri��o. O primeiro deles, Dinis Pinheiro, inclusive, nega ser candidato. Mas a verdade � que seu nome hoje est� posto. Corre por fora, porque, entre todos, � o que menos tem intimidade com a c�pula do PSDB e com A�cio. Entretanto, o seu perfil popular – foi nas duas �ltimas elei��es o deputado estadual mais votado no estado – o torna o candidato mais apto a enfrentar no terreno petista uma candidatura como a de Pimentel. O mais vermelho dos tucanos, Dinis ganhou a simpatia de v�rias lideran�as do PT na Assembleia, pela abertura que deu, como presidente, a temas caros aos petistas – pobreza e sa�de. Se parece o mais capaz de causar dissens�es no campo petista, Dinis � aquele que provavelmente mais gera preocupa��o no campo tucano, pois defec��es que podem ocorrer com Pedro podem tamb�m com Paulo.
PR�S E CONTRAS Outro forte nome, Marcus Pestana tem sido o porta-voz do PSDB, fazendo o debate p�blico com a oposi��o. Al�m de bom analista e excelente polemista, Pestana tem a seu favor o tr�nsito com o tucanato nacional de alta plumagem. Sua maior vantagem � a liga��o direta com A�cio, sendo, inclusive, considerado um quadro de sua confian�a. Sua fragilidade � a penetra��o popular. Mas o deputado tucano sabe que, assim como Anastasia, o que conta, no momento eleitoral, � o carimbo de A�cio e a m�quina do governo mineiro.
Pelo cargo que ocupa, e pela posi��o privilegiada nas articula��es futuras – afinal, poder� se tornar governador no ano que vem, caso Anastasia se desincompatibilize em abril do ano que vem para concorrer ao Senado Federal –, Alberto Pinto Coelho � o nome mais forte dos tr�s. Mas o vice-governador n�o tem tanta penetra��o popular quanto Dinis nem a proximidade com A�cio que tem Pestana. O fato de Alberto ser do PP, contudo, poder� dar ao PSDB, na hip�tese de sua indica��o, uma boa moeda de troca para a negocia��o no plano nacional: se n�o a ades�o da legenda � candidatura presidencial de A�cio, pelo menos a sua neutralidade, tirando tempo de televis�o de Dilma Rousseff. Embora esteja � frente do cobi�ado Minist�rio das Cidades com Aguinaldo Ribeiro, o PP em Minas � apoio ao PSDB de primeira hora e � comandado nacionalmente por antigo aliado e amigo de A�cio, o senador Francisco Dornelles (RJ).
Tr�s cargos e tr�s nomes seriam uma facilidade para A�cio montar sua chapa mineira. Mas os tr�s mosqueteiros do senador, como no livro, s�o na verdade quatro, pois Anastasia ter� de ser acomodado nessa equa��o. Com a palavra o senador.