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Estado de Minas

Empres�rios da pol�tica apostam no lan�amento de legendas at� outubro

O prazo seria ideal para negociar o hor�rio eleitoral em troca de participa��o nas principais chapas de 2014


postado em 12/02/2013 09:26

A lista de 30 partidos pol�ticos que disputam espa�o e poder nos governos federal, estaduais e municipais deve aumentar at� outubro – prazo para as agremia��es se registrarem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a disputa eleitoral de 2014. Nesse cipoal de legendas que se alastra pa�s afora, surgiu a figura dos chamados “empres�rios da pol�tica”, como classifica o professor do Departamento de Ci�ncia Pol�tica da Universidade Federal de Minas Gerais Carlos Ranulfo. “Eles criam os partidos apenas para negociar”, pontua. Para ele, o hor�rio eleitoral gratuito no r�dio e na televis�o � um dos grandes trunfos da legisla��o para os donos dos chamados “partidos nanicos”. Nas coliga��es, os pequenos s�o cobi�ados apenas com esse prop�sito – ceder �s grandes siglas o que lhes foi dado de gra�a.

� nesse rastro de facilidades acobertadas pela legisla��o eleitoral que florescem in�meros exemplos do n�o raro “balc�o de neg�cios” que virou a pol�tica nacional. O advogado trabalhista Marc�lio Duarte Lima, de 71 anos, � um dos que, desde a d�cada de 1980, v�m se especializando em criar legendas. A primeira delas foi o Partido Trabalhista Renovador (PTR), j� sepultado. De l� para c� “nasceram” outros tr�s, tamb�m j� extintos. Marc�lio confessa que um deles naufragou porque n�o compensava mant�-lo, tendo em vista os recursos oriundos do fundo partid�rio – bancado com o dinheiro do contribuinte. O advogado justifica que eram “apenas R$ 23 mil anuais”, insuficientes para as despesas. “N�o dava para sobreviver”, exagera, ao relatar os motivos que o levaram a abandonar o Partido Social Trabalhista (PST).

Apesar do rev�s contumaz, Marc�lio diz que n�o desiste de ter a pr�pria legenda. Neste ano, ele tenta pela quinta vez cri�-la. Vale registrar que ele ajudou na funda��o do PP e do PR, partidos ativos at� hoje. Filiado a eles, Marc�lio disputou “v�rias vezes”, segundo ele, uma vaga de vereador em Mairinque, no interior de S�o Paulo, a 70 quil�metros da capital. Conseguiu ser eleito vereador uma vez, em 2000.

Solidariedade De acordo com Marc�lio, a nova agremia��o articulada por ele tem a inspira��o, at� no nome, no partido Solidariedade, fundado em 1980 na Pol�nia, Leste europeu. O advogado n�o entrou em detalhes sobre as semelhan�as que o levaram a ter essa ideia. A imprensa chegou a noticiar – ap�s o lan�amento da legenda, que ainda precisa da assinatura de no m�nimo 500 mil eleitores, conforme determina a legisla��o – que o governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), o Paulinho da For�a Sindical, estariam ajudando o advogado na empreitada.

Marc�lio nega a liga��o com os dois pol�ticos famosos. “N�o tenho o apoio do Geraldo (Alckmin) e o Paulinho � apenas um entusiasta da ideia”, afirma. Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado federal disse que apenas ofereceu a Marc�lio a estrutura dos sindicatos filiados � For�a Sindical para a coleta de assinaturas.
Por que criar mais um partido? Marc�lio responde que se trata apenas de uma precau��o para “n�o ficar � merc� de outros pol�ticos”. Diante da resposta, que o advogado trabalhista reconhece ser d�bia e incompleta, ele acrescenta que prefere ter “a pr�pria casa” na hora de costurar alian�as para as disputas eleitorais. “No ano passado, queria ser candidato a prefeito em Mairinque e acabei suplente de vereador”, queixou-se. Al�m disso, Marc�lio garante que a proposta do Solidariedade brasileiro � manter “a chama do trabalhismo”. O que isso significa, ele n�o soube traduzir.

Marina Silva cria o Rede

No s�bado mais um partido ser� lan�ado no Brasil, desta vez na sede da Universidade de Bras�lia (UnB). O nome ainda n�o foi escolhido. O mais prov�vel � Rede, mas cogita-se tamb�m emendar o nome e virar Rede, Brasil, Rede Brasil Sustent�vel Rede Verde e Rede Ecobrasil. A nova legenda est� sendo articulada para abrigar a candidatura da ex-senadora Marina Silva � Presid�ncia da Rep�blica. Ela j� foi do PT, uma das fundadoras do partido, e depois se filiou ao PV, para participar da disputa presidencial de 2010.

O coordenador de Marina em Minas –, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Concei��o do Mato Dentro, na Regi�o Central do estado – Jos� Fernando de Oliveira, que disputou o governo de Minas em 2010, diz que n�o se devem comparar as inten��es da ex-senadora e de seus apoiadores com os prop�sitos dos demais criadores de legendas. “N�o � um partido apenas para disputar as elei��es”, garante.

Jos� Fernando lembra que a futura sigla � resultado de um movimento, batizado de Nova Pol�tica, que defende a �tica como princ�pio primordial para o exerc�cio do poder em qualquer umas das tr�s esferas de governo – federal, estadual e municipal. “N�o vamos aceitar filiados que estejam com qualquer tipo de processo judicial”, avisa. Em contrapartida, essa n�o � a l�gica dos partid�rios do Partido Republicano da Ordem Social (Pros), outra legenda em fase de forma��o, ainda sem registro no TSE, que aproveitou o encontro da presidente Dilma Rousseff, em Bras�lia, com os rec�m-empossados prefeitos, para panfletar o ide�rio da agremia��o.

Sem ideologia O Pros n�o exige dos interessados em se filiar a apresenta��o de certid�o criminal ou um hist�rico da vida pol�tica. Ao que parece ter ficha limpa � o que menos importa aos idealizadores. O chamarisco do partido � outro. No panfleto distribu�do em Bras�lia, em 28 de fevereiro do ano pasado, o slogan para atrair adeptos � futura sigla era “nem de esquerda, nem de direita. Apenas uma forma tranquila de mudar de legenda, sem perder o mandato”. Para, na sequ�ncia, emendar: “Insatisfeito com seu partido? Quer sair dele sem perder o mandato? O Pros � a mais nova op��o”.


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