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Estado de Minas

Comiss�o de Anistia reconhece direitos de 15 filhos de perseguidos pol�ticos


postado em 24/02/2013 15:23

Bras�lia – Quase dez anos longe do Brasil sem a expectativa de retornar a uma vida tranquila e comum. S�lvia Perone tinha apenas 5 anos quando foi separada do pai, um deputado estadual na �poca, que foi perseguido pelo regime militar e teve que deixar a Assembl�ia Legislativa �s pressas e embarcar para o ex�lio no Chile, onde a fam�lia se reencontrou. Depois, nova mudan�a, para a Fran�a.

Essa semana, S�lvia, que ainda conserva o sotaque franc�s e as lembran�as emocionadas de um per�odo conturbado de sua vida, conseguiu ser anistiada. H� alguns anos, o perd�o do Estado e as indeniza��es financeiras ou reconhecimentos de t�tulos conquistados em outros pa�ses, como diploma de gradua��o, eram concedidos apenas aos perseguidos pol�ticos. Apenas recentemente, os familiares, principalmente, filhos desses militantes, come�aram a ter o reconhecimento das restri��es que viveram.

Depois de contar sua hist�ria, inclusive a morte de uma de suas irm�s que acabou se envolvendo com drogas depois do fim do ex�lio, S�lvia ouviu o pedido de desculpas do Estado, proferido por 16 conselheiros que integram a Comiss�o de Anistia. Quinze outros filhos de perseguidos pol�ticos tamb�m foram anistiados no mesmo julgamento, que ocorreu h� tr�s dias em Bras�lia.

Na �poca da sa�da do Brasil, Silvia, as duas irm�s e a m�e s� conseguiram reencontrar o pais dias depois. A vida da fam�lia Perone se resumiu, a partir da�, a acompanhar de longe a vida no pa�s de origem, que vivia um momento pol�tico conturbado. No Chile, os Perone recebiam not�cias de familiares e amigos e recepcionavam outros perseguidos militares que tiveram que deixar o Brasil.

Dois anos depois, a fam�lia inteira teve que, novamente, se mudar. Desta vez, foram para a Fran�a, em 1972, quando a situa��o de militantes brasileiros que lutavam contra o regime militar foi agravada.

“Tenho boas lembran�as do Chile. Nossa casa era aberta e receb�amos muitas pessoas e, para a gente, era uma bagun�a sempre. Na Fran�a, caiu a ficha. Meu pai percebeu que n�o poderia mais voltar e as coisas ficaram mais dif�ceis”, disse ela.

S�lvia conta que as not�cias de amigos presos e assassinados come�aram a chegar com mais frequ�ncia e a situa��o deles em Paris se complicou. “Meu pai era visto como se fosse um monstro. Os brasileiros turistas tinham medo de manter contato com a gente. Tinha pol�cia secreta em todo lugar”, contou.

Desde 2001, quando a comiss�o foi criada, 60 mil casos foram julgados. Deste total, 40 mil pessoas receberam o pedido de perd�o do Estado, e a maior parte delas ainda foram indenizadas financeiramente pelas perdas e restri��es que sofreram no per�odo da ditadura militar.

“� um reconhecimento de anos de restri��es. Os danos causados pelo per�odo da ditadura s�o transgeracionais e s�o psicol�gicos, f�sicos e de restri��es de direitos nacionais”, explicou Paulo Abr�o, presidente da Comiss�o. Segundo ele, no primeiro momento dos trabalhos da comiss�o a situa��o dos filhos destes perseguidos pol�ticos era ignorada. “Hoje esta � uma quest�o pac�fica”, disse.

 


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