
O amplo galp�o da Rua 10 do Parque S�o Bernardo, em Valpara�so, no Entorno, em Goi�s, d� claros sinais de abandono. As h�lices do sistema de ventila��o foram retiradas, parte do revestimento do teto caiu e o mato cresceu tanto que j� pode ser visto do outro lado do muro de aproximadamente 2 metros de altura. Parte da parede de tijolos erguida para proteger o local — e impedir que a movimenta��o, l� dentro, fosse vista da rua — desabou, abrindo passagem a quem queira entrar, inclusive equipes de reportagem, algo impens�vel h� cerca de oito meses, quando, segundo a pol�cia, funcionava ali uma das casas de jogos de azar administradas pelo grupo ligado ao bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Um ano ap�s a pris�o dele pela Pol�cia Federal na Opera��o Monte Carlo, em 29 de fevereiro de 2012, v�rias casas usadas pela quadrilha — e fechadas pela pol�cia — est�o abandonadas ou deram espa�o a outros tipos de empreendimento. Mas o grupo de Cachoeira, que j� n�o tem mais nenhum l�der atr�s das grades, n�o largou o lucrativo mercado dos jogos de azar, segundo a pol�cia. Segundo o Minist�rio P�blico Federal, a quadrilha foi desarticulada, mas n�o desmantelada.
“H� severos ind�cios que apontam que o grupo de Cachoeira permanece atuando. Identificamos que alguns l�deres continuam, mas de forma muito mais camuflada. Eles desceram um degrau no submundo”, disse o delegado do Grupo Especial de Repress�o ao Crime Organizado de Goi�s, Alexandre Louren�o, ponderando que a renda da quadrilha caiu muito. H� menos de um m�s, foram identificadas no Entorno tr�s casas de jogos ligadas, segundo o delegado, a integrantes do grupo de Cachoeira, o que mant�m acesa a suspeita de que o bicheiro ainda possa ter envolvimento com a explora��o de jogos de azar. A estrat�gia, no entanto, j� n�o � mais a mesma.