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Estado de Minas

Herdeiros est�o na briga pelo comando do PDT


postado em 04/03/2013 06:00 / atualizado em 04/03/2013 09:38

Alessandra Mello

Netos do ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul Leonel Brizola disputam com o atual presidente da legenda, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi o comando do PDT, partido criado pelo av� em 1980. A maior dificuldade enfrentada pelos irm�os Brizola Neto, ministro do Trabalho; Leonel Brizola, o vereador carioca, e Juliana Brizola, deputada estadual pelo PDT ga�cho, que lideram a campanha contra Lupi, � o estatuto da legenda, feito sob medida para Brizola, que at� morrer, em 2004, controlava o partido com m�os de ferro.

O texto em vigor, aprovado em 1997, confere enormes poderes � Executiva Nacional, totalmente ligada a Lupi. Ela pode aprovar delegados indicados pelos estados e munic�pios, formar comiss�es provis�rias, regulamentar diret�rios e fixar o n�mero de votantes no col�gio eleitoral para a conven��o nacional.

Lupi, que foi um dos principais auxiliares de Brizola no comando da legenda, assumiu o PDT logo ap�s a morte dele e permanece na presid�ncia h� nove anos. Durante esse tempo, se fortaleceu na lideran�a do partido e nem mesmo seu desembarque do Minist�rio do Trabalho, no final de 2011, em meio a den�ncias de irregularidades na pasta e tamb�m de que teria ocupado cargos fantasma, abalaram sua for�a.

Os netos de Brizola, contudo, n�o desistem e tentam conquistar aliados nos diret�rios estaduais para destituir Lupi do poder. Ano passado se fortaleceram com a indica��o de Brizola Neto, a contragosto de Lupi, para o Minist�rio do Trabalho. Al�m disso, contam com a simpatia da presidente Dilma Rousseff. Todos s�o muito ligados ao ex-marido de Dilma Carlos Ara�jo, um dos principais conselheiros pol�ticos de Juliana Brizola no Rio Grande do Sul. Tanto Dilma quanto Ara�jo j� foram filiados ao PDT ga�cho, ber�o do brizolismo. A presidente deixou a legenda e migrou para o PT. Carlos Ara�jo permanece desligado do PDT, mas pode voltar caso Lupi seja colocado de lado.

 “A milit�ncia n�o entende hoje como ele (Lupi) pode usufruir desse estatuto como se fosse o Brizola. Ele n�o tem respaldo para isso e n�o � reconhecido como um representante do legado trabalhista”, dispara Juliana Brizola, deputada mais bem votada do Rio Grande do Sul na �ltima elei��o e tida como a mais leg�tima representante do legado do av�, principalmente pelo discurso afiado. “A milit�ncia do PDT tem vergonha do Lupi quando ele aparece na televis�o falando em nome do PDT”, provoca ela.

A deputada quer que as elei��es para o novo comando sejam feitas por meio de elei��o direta, nos moldes do modelo adotado pelo PT, onde todos os filiados votam para eleger os delegados que escolhem o comando. “Hoje, o col�gio eleitoral � escolhido a dedo por ele”. Juliana tamb�m diverge da pretens�o de Lupi de lan�ar candidato pr�prio � sucess�o de Dilma. “Esse debate tem de ser feito pela milit�ncia e n�o de maneira isolada”, opina.

Arena virtual

Leonel Brizola tamb�m n�o poupa cr�ticas ao presidente da legenda, chamado ironicamente por ele de “Charles Lupi”. Em um texto publicado semana passada em seu blog (www. Leonelbrizolaneto.com), ele critica o desejo de Lupi e aliados de lan�ar candidato � sucess�o de Dilma. O nome mais cotado � o do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que disputou o mesmo cargo em 2006. “A c�pula lupista do PDT importou o senador Buarque do PT e o fez candidato sem a espinha dorsal do trabalhismo brizolista. Aventar a possibilidade de t�-lo novamente como candidato a presidente da Rep�blica pelo PDT � a repeti��o da trag�dia dentro da trag�dia”, escreveu ele. No texto, o vereador insinua tamb�m a possibilidade de o PDT bandear para o ninho tucano em 2014. “A suspeita de que a patota lupista quer atracar na barca tucana n�o � descart�vel, tendo em vista a afronta desses arrivistas contra a mem�ria de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro”, ataca, citando outro pedetista hist�rico, o escritor e senador pelo PDT do Rio de Janeiro Darcy Ribeiro, falecido em 1997.

Na semana passada, Brizola Neto enviou � dire��o nacional uma carta solicitando a defini��o por parte de Lupi das regras para a elei��o, inclusive a data, e tamb�m pediu transpar�ncia. A conven��o para a escolha do novo comando est� prevista para este m�s, sem dia definido. Brizola Neto pode ser o candidato dos irm�os. O ex-governador ga�cho Alceu Collares pode disputar contra Lupi, com apoio deles como candidato da unidade.

Diret�rio mineiro fechado com Lupi

Aliado de primeira hora de Lupi, o presidente do PDT mineiro, M�rio Heringer, critica a tentativa dos herdeiros de Brizola de tirar Lupi do poder e mudar o estatuto, tachada por ele de oportunista. Ele admite que as regras do partido d�o muito poder ao presidente, mas destaca que ningu�m reclamava quando Brizola era presidente. “O estatuto do partido era muito bom quando o av� deles estava no comando. Agora, como j� n�o atende mais o interesse da fam�lia, eles querem mudar. Isso � democr�tico?”, questiona. Segundo ele, o PDT mineiro est� fechado com Lupi e aposta sua perman�ncia no comando do partido. Como exemplo da pouca for�a da fam�lia Brizola ele cita a tentativa fracassada de Brizola Neto de emplacar um aliado, o deputado Jo�o Dado (PDT-SP), na lideran�a do partido na C�mara dos Deputados. O escolhido foi o deputado Andr� Figueiredo (PDT-CE), do grupo de Lupi.


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