
Goi�nia — O senador A�cio Neves (PSDB-GO) fez nessa segunda-feira, em um semin�rio do PSDB goiano marcado para discutir os “rumos de Goi�s e do Brasil”, o discurso mais pol�tico desde que seu nome come�ou a ser cogitado como prov�vel candidato a presidente em 2014. Embalado pelos gritos da milit�ncia “Brasil para frente, A�cio presidente”, o congressista tucano afirmou que n�o sabe o que o destino vai lhe reservar no futuro. “Mas tenham certeza de que aqui est� um homem determinado a encarnar o destino de voc�s”, avisou.
Protagonista da festa e, por diversas vezes, anunciado como o pr�ximo presidente da Rep�blica, A�cio disse que o povo n�o aguenta mais a inefici�ncia do governo. “O Brasil merece entrar em um outro momento de sua hist�ria. Viva a pol�tica s�ria e viva o PSDB”, declarou.
O senador mineiro procurou corrigir uma das cr�ticas que sofreu em seu primeiro discurso este ano, no Senado, quando apontou os 13 “fracassos” do PT, mas n�o falou a palavra povo. Boa parte de seu pronunciamento de ontem comparou os programas sociais do PT e do PSDB, afirmando que os petistas somente ampliaram as iniciativas criadas no governo Fernando Henrique Cardoso. “N�o queremos apenas ficar administrando a pobreza. Mas um governo que acha que a pobreza pode se resolvida por decreto, merece ser combatido”, defendeu.
A�cio lembrou que o conceito de rede de prote��o social para auxiliar as pessoas carentes foi idealizado pela ex-primeira dama Ruth Cardoso, bem como os programas de erradica��o do trabalho infantil, o Bolsa-Escola (predecessor do Bolsa-Fam�lia) e a Lei Org�nica de Assist�ncia Social (Loas). Ele defendeu a educa��o como uma maneira de melhorar a qualifica��o dos trabalhadores brasileiros. “A rede de seguran�a social se ampliou, � verdade. Mas contra fatos, n�o h� argumentos. Triste de um povo cujos l�deres n�o conhecem a pr�pria hist�ria”, provocou.
O parlamentar reconheceu que o PT tem todo o direito de comemorar os 10 anos de chegada ao poder, mas acrescentou que o partido n�o pode usar a data para apresentar diagn�sticos distorcidos, utilizando dados d�spares em rela��o � realidade. “N�s estamos prontos para o enfrentamento em qualquer campo que ele se d�. O Brasil tem crescido passo a passo, com base na a��o dos sucessivos governos. Negar a contribui��o dos que vieram antes de n�s � uma demonstra��o de fraqueza”, criticou ele.
Momento de uni�o Duas declara��es petistas irritaram os tucanos e foram lembradas no evento de ontem. A primeira, recorrente, de que o PT “n�o herdou nada, foi obrigado a construir tudo”. E a mais recente delas, durante conven��o nacional do PMDB no s�bado, quando a presidente Dilma Rousseff classificou os oposicionistas de “mercadores do pessimismo”. “A tese do quanto pior, melhor, se encaixa no perfil do PT, n�o no nosso”, comparou.
Mesmo assim, A�cio disse que n�o � o PSDB quem est� antecipando a campanha eleitoral. “� a candidata oficial e o PT que tiraram o olho de 2013 para concentrar-se exclusivamente em 2014. Ou algu�m imagina que a reforma ministerial que se avizinha ser� feita para melhorar a efici�ncia da m�quina? O governo est� interessado apenas no tempo de televis�o que conseguir� dos partidos aliados”, disse.
Se A�cio evitou afirmar explicitamente que � candidato — para n�o incorrer em crime eleitoral —, os demais tucanos que participaram da festa foram bem mais expl�citos. “A�cio, v� � luta, v�, adiante, a vez � sua”, conclamou o anfitri�o da festa, o governador de Goi�s, Marconi Perillo. O governador tamb�m cobrou uni�o do partido neste momento e convocou os art�fices desse processo. Incluiu-se entre eles, mas fez quest�o de citar, em primeiro lugar, o l�der do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), amigo do candidato derrotado do PSDB a prefeito de S�o Paulo em 2012, Jos� Serra.
A imagem do tucano paulista foi projetada no tel�o, no v�deo em que mostrava a hist�ria do PSDB desde sua cria��o, em 1988, at� os dias atuais. Ele foi citado por A�cio em seu discurso, mas n�o compareceu ao evento. “Eu liguei para o Serra ontem � noite (domingo), e ele disse que n�o tinha como vir aqui em Goi�nia hoje. Mas mandou uma sauda��o e desejou sucesso para o evento”, justificou Perillo.
Derrotas
O tucano Jos� Serra perdeu as duas �ltimas elei��es que disputou. Em 2010, com mais de 43,7 milh�es de votos, acabou derrotado por Dilma Rousseff na corrida pelo Pal�cio do Planalto. No ano passado, ficou novamente em segundo lugar, dessa vez perdendo para Fernando Haddad na disputa pela Prefeitura de S�o Paulo. Recebeu 2,7 milh�es de
votos do paulistano.