A presidente Dilma Rousseff deve anunciar, nesta quinta-feira, seu 15.º pacote de medidas para estimular a economia. Desta vez, o governo vai criar uma linha de cr�dito subsidiado para investimentos em inova��o, da ordem de R$ 30 bilh�es at� o fim de 2014, al�m de fundar uma empresa p�blica.
“As medidas ainda n�o surtiram o efeito desejado”, admitiu ao Estado uma fonte graduada da equipe econ�mica, para quem as dificuldades seriam muito maiores, “terr�veis mesmo”, se o governo n�o tivesse agido em diferentes frentes. Um auxiliar presidencial no Planalto avalia que o Brasil poderia ter entrado em recess�o em 2012 n�o fossem os v�rios pacotes.
Exagero
“H� pacotes e pacotes. Algumas medidas foram importantes, mas outras tantas foram resultado de um intervencionismo exagerado. H� uma ideia subjacente no governo de que Bras�lia tem uma varinha de cond�o capaz de ativar a economia onde ela toca, ent�o o governo resolveu tocar todos os pontos, ao mesmo tempo”, critica Gustavo Loyola, que foi presidente do Banco Central (BC) e hoje � s�cio da Tend�ncias Consultoria Integrada. “O excesso de intervencionismo gera uma sensa��o de incerteza nos empres�rios”, disse.
O jornal O Estado de S. Paulo compilou as medidas lan�adas pelo governo e considerou como pacote a divulga��o de pelos menos duas a��es distintas. Essas a��es envolveram praticamente toda a Esplanada dos Minist�rios, e tamb�m resultaram na cria��o de tr�s estatais e uma empresa p�blica. Mas o ativismo n�o para no 15.º pacote.
Mais um
No m�s que vem, o governo deve anunciar um conjunto de medidas para estimular o setor sucroalcooleiro, combinando redu��o de tributos e desonera��o da folha de pagamentos. Al�m disso, outros dois setores devem receber o benef�cio da folha desonerada. O governo tamb�m trabalha para anunciar, em abril, a unifica��o de dois dos mais complexos tributos do Pa�s, o PIS e a Cofins. A desonera��o de investimentos em banda larga, prometida no Plano Brasil Maior, tamb�m deve sair nos pr�ximos meses. Com isso, o governo espera antecipar R$ 18 bilh�es em investimentos.
H� uma forte impaci�ncia nos gabinetes em Bras�lia. “O pre�o da energia el�trica j� est� mais baixo, a partir do m�s que vem ser�o 42 setores com folha de pagamentos desonerada, as taxas de juros est�o mais baixas, e n�o falta dinheiro para o BNDES emprestar”, elenca uma fonte da equipe econ�mica, “uma hora isso tem de fazer efeito”.
Na vis�o do governo, o empres�rio ainda v� com cautela o cen�rio econ�mico, uma vez que a infla��o continua muito alta, pressionando os custos de produ��o e reduzindo o �mpeto de consumo das fam�lias.
Infla��o
A preocupa��o com o n�vel do IPCA fez Dilma antecipar em quase dois meses a desonera��o da cesta b�sica, que deve reduzir em at� 0,6 ponto porcentual a infla��o deste ano, pelas contas oficiais. Mas h� consultorias que sustentam que a redu��o ser� menor, de 0,40 ponto.
Segundo S�rgio Vale, economista-chefe da MB Associados, a sucess�o de pacotes acaba distorcendo as decis�es de investimentos das empresas, uma vez que os setores n�o contemplados acabam botando um p� no freio. “Al�m disso, n�o h� uma avalia��o concreta de como os pacotes foram, seus resultados. E, para evitar esse problema, basta lan�ar outro pacote”, disse Vale.