
O ex-prefeito de S�o Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse nessa quinta-feira que seu partido n�o vai aderir oficialmente � base de apoio do governo Dilma Rousseff antes da elei��o de 2014. O pol�tico, que afirma n�o ser “nem de esquerda nem de direita”, ressaltou, por�m, que se algum correligion�rio vier a ocupar um minist�rio de Dilma, ser� uma decis�o pessoal da presidente, sem comprometimento partid�rio.
Na �ltima ter�a-feira � noite, Kassab esteve com Dilma no Pal�cio do Alvorada. De acordo com auxiliares que tiveram acesso ao conte�do da conversa, ele se recusou a assumir os dois cargos de primeiro escal�o j� em negocia��o com o governo: a Secretaria de Micro e Pequena Empresa e a Secretaria de Assuntos Estrat�gicos.
Nessa quinta-feira, Kassab disse ter garantido a Dilma o apoio do PSD � reelei��o, mas julgou que n�o seria “adequado” ocupar minist�rios. “Deixei claro que a gente n�o quer participar do governo, � uma decis�o do partido. Participar do governo significaria ser da base, mas muita gente no partido n�o votou na Dilma. Eu, por exemplo, n�o votei nela”, afirmou. “Mas n�o h� problemas de proximidade. Imagina se n�o est� pr�ximo um partido que, espontaneamente, por entender que ela � uma boa presidente, caminha para apoiar sua reelei��o.”
Kassab ressaltou: “O partido n�o vai participar do governo, mas ela (Dilma) est� livre para convidar quem quiser”. Sobre a reuni�o com a presidente, ele afirmou n�o ter tratado dos cargos. Auxiliares palacianos, por�m, informaram que o ex-prefeito disse que Dilma poderia chamar um integrante da legenda para compor a equipe “em car�ter pessoal”.
O PSD considera a oferta de dois minist�rios perif�ricos, com pouco or�amento e poder, incompat�vel com seu tamanho e, por isso, rejeitou um alinhamento autom�tico com o governo.
Juntinho. Ontem, na entrevista, Kassab citou a possibilidade de ocupar cargos num eventual segundo mandato de Dilma: “Quem faz campanha junto governa junto. N�o se trata de cargo. Elei��o � isso: para voc� ocupar espa�os, precisa de uma delega��o do povo para governar”.
Kassab afirmou que a postura em rela��o a cargos n�o altera a disposi��o do partido de apoiar, no Congresso, projetos de interesse do governo federal. “Somos independentes, mas, nas vota��es, estamos votando com ela em quase todas, a favor do progresso do Pa�s. Isso n�o muda.”
A recusa do ex-prefeito em aderir ao governo embaralhou a reforma ministerial de Dilma. Ela agora avalia se ainda � conveniente chamar Afif para a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. O outro nome do PSD pelo qual Dilma tem simpatia � o do empres�rio Paulo Sim�o, presidente do partido em Minas Gerais.
Ao manter o PSD fora da Esplanada dos Minist�rios, ao menos oficialmente, Kassab deixa o partido livre para fechar alian�as com candidatos de oposi��o ao PT nas elei��es estaduais de 2014, segundo dirigentes da sigla. Fora da base, o PSD poderia se coligar ao PSDB no Paran�, no Par� e em Goi�s (onde j� apoia governadores tucanos) ou formar chapas com advers�rios do PT em Pernambuco e Minas.