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Estado de Minas

Mais um mineiro na Esplanada, veja perfil do deputado Ant�nio Andrade

Deputado federal Ant�nio Andrade substitui Mendes Ribeiro no Minist�rio da Agricultura e fortalece alian�a PT-PMDB para 2014. Fernando Pimentel era �nico representante do estado


postado em 16/03/2013 06:00 / atualizado em 16/03/2013 07:18

(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 7/2/11)
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 7/2/11)
Na primeira troca de ministros n�o motivada por crises, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu entregar a Minas Gerais o primeiro cargo na c�pula do governo federal a ser ocupado por indica��o eminentemente pol�tica. O deputado federal Ant�nio Andrade (PMDB-MG), presidente do partido no estado, foi confirmado como novo ministro da Agricultura, em substitui��o ao tamb�m deputado federal Mendes Ribeiro Filho (RS), colega de partido de Andrade. O �nico cargo no primeiro escal�o do governo Dilma ocupado por um mineiro era o Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, que tem como titular o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel ,amigo e companheiro de milit�ncia da presidente na oposi��o � ditadura militar.


Al�m da substitui��o na Agricultura, a Presid�ncia divulgou nota no in�cio da noite anunciando que deixavam o cargo Brizola Neto, no Trabalho e Wagner Bittencourt, na Secretaria de Avia��o Civil. Por ora, a Secretaria de Assuntos Estrat�gicos ser� ocupada interinamente pelo secret�rio-executivo Roger Leal. Isso porque o titular da pasta, Wellington Moreira Franco, assume a Secretaria de Avia��o Civil. Para o Trabalho, foi o advogado Manoel Dias (SC), secret�rio-geral do PDT. A posse dos novos ministros ser� hoje �s 10h porque a presidente viaja � It�lia para a  primeira missa do novo papa, na ter�a-feira.

A mudan�a na Agricultura tem como objetivo fortalecer a alian�a entre PT e PMDB em Minas Gerais – a presidente nasceu em Belo Horizonte –, garantindo a uni�o dos dois partidos nas disputas para o governo do estado e Presid�ncia da Rep�blica em 2014. Por outro lado, perde representatividade na Esplanada dos Minist�rios o Rio Grande do Sul, onde a presidente construiu sua carreira pol�tica.

Ant�nio Andrade ressaltou o fato de o cargo significar uma maior presen�a de Minas no governo federal. “� um avan�o muito grande para o estado, que sempre esteve muito presente nos governos passados”, avaliou. Apesar do discurso, a vontade do PMDB era ocupar o Minist�rio dos Transportes. “H� obras importantes a serem feitas no estado, como a duplica��o da BR-040, da BR-381 e o Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte. Mas a decis�o � da presidente”, argumentou o parlamentar, no momento em que se dirigia a um encontro com o vice-presidente Michel Temer (PMDB), encarregado pela presidente de comunicar a Andrade que ele assumiria a pasta da Agricultura.

A defini��o da ida do deputado para o cargo aconteceu em uma conversa entre Dilma e Temer na noite de quinta-feira. Dentro do PMDB, a avalia��o � de que, mesmo tendo perdido o Minist�rio dos Transportes, permanece a expectativa, ainda que em menor escala, de fortalecimento do partido. “D� para atender as demandas de prefeitos e de sindicatos rurais, por exemplo”, alegou um peemedebista.

Recompensa

A indica��o de um integrante do PMDB para a Agricultura remete ainda � elei��o para prefeito de Belo Horizonte no ano passado. Para garantir o apoio da legenda ao candidato petista, Patrus Ananias, o partido da presidente Dilma teria assegurado a entrega de um minist�rio ao aliado, que ensaiava lan�ar o deputado federal Leonardo Quint�o na disputa contra o prefeito Marcio Lacerda (PSB), que acabou conseguindo a reelei��o. Com a ida de Andrade para o minist�rio, o deputado federal Saraiva Felipe assume a Presid�ncia do PMDB em Minas.

Quint�o ressentido

A minirreforma ministerial iniciada ontem deixou um rastro de ressentimentos em Bras�lia. Um dos nomes cotados para assumir um minist�rio, mas que acabou preterido ao t�rmino do processo, o deputado Leonardo Quint�o (PMDB-MG) n�o escondeu ontem sua irrita��o. “Respeito a decis�o, uma vez que quem escolhe ministro � a presidente, mas o acordo tinha sido comigo”, disse ele ao Estado de Minas, sem esconder sua disposi��o futura: “Agora, estou bastante confort�vel para o futuro. Com menos compromisso”. Quint�o reclama que foi ele, e n�o Ant�nio Andrade, que abriu m�o da candidatura para apoiar o petista Patrus Ananias na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte em 2012.

Perfil


Produtor rural


Ant�nio Andrade tem 59 anos e nasceu em Patos de Minas, no Alto Parana�ba. Em 2010, foi eleito deputado federal pela primeira vez, com 117.722 votos, o que o colocou na 22ª posi��o entre os candidatos mais votados. � engenheiro civil e produtor rural. Seu antecessor no minist�rio � advogado e ex-secret�rio de Obras P�blicas do Rio Grande do Sul. Andrade se filiou ao PMDB em 1987 e nunca deixou o partido. Come�ou a carreira pol�tica como presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Vazante, no Noroeste de Minas. Foi prefeito da cidade (1989/1992) e dois anos depois de concluir o mandato foi eleito deputado estadual, cargo que exerceu por mais duas legislaturas. Est� no segundo mandato na C�mara dos Deputados. A base eleitoral do novo ministro fica nas regi�es Noroeste, Alto-Parana�ba, Tri�ngulo Mineiro e Centro-Oeste, exatamente as maiores produtoras de gr�os, carne bovina e de frango do estado.


Atraso muda rumo da minirreforma ministerial

A minirreforma ministerial prometida pela presidente Dilma Rousseff t�o logo encerrou-se a campanha municipal de 2012 conseguiu resolver apenas as demandas do PMDB e do PDT. Do ponto de vista pr�tico, a reforma ministerial pouco acrescentou politicamente ao governo. Como observaram interlocutores da base aliada, a presidente n�o agregou um deputado a mais na base nem ganhou um segundo extra no tempo de televis�o para a campanha presidencial de 2014. "Foi uma reforma de soma final zero", ironizou um articulador pol�tico.

A demora da presidente Dilma em definir o que fazer alterou por completo os rumos da reforma ministerial. O plano original era incluir o PSD no governo e compensar o PMDB paulista, especificamente o deputado Gabriel Chalita, pelo apoio dado ao petista Fernando Haddad no segundo turno das elei��es para a Prefeitura de S�o Paulo. Como surgiram as press�es do PMDB mineiro e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, preferiu ficar independente, as negocia��es mudaram de rumo.

Amparados pelo lobby do ministro da Educa��o, Aloizio Mercadante, que n�o queria Chalita no Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia — e beneficiados pelas den�ncias de corrup��o que afundaram as pretens�es ministeriais do parlamentar paulistano —, os mineiros conseguiram uma pasta na Esplanada.

J� no caso do PDT, Dilma decidiu substituir Brizola Neto por Manoel Dias por avaliar que o primeiro n�o conseguiu unificar o PDT, cada vez mais alinhado ao ex-ministro Carlos Lupi. Presidente nacional da legenda, Lupi n�o estava ontem em Bras�lia. Alegou n�o ter "conseguido passagem para vir do Rio de Janeiro para Bras�lia".

Pend�ncias


H� ainda duas mudan�as pendentes na reforma ministerial de Dilma: acomodar o PR e o PSD. A rec�m-criada Secretaria de Micro e Pequenas Empresas deve ficar com o PSD. O principal nome da legenda, Gilberto Kassab, n�o quer que o cargo seja entregue ao partido agora para evitar que a nomea��o seja interpretada como parte das negocia��es eleitorais de Dilma. Apesar de o ministro dos Transportes, Pedro Passos, ser filiado ao PR, a legenda o considera como cota pessoal de Dilma. O partido insiste em ampliar seu espa�o na Esplanada. (Com Karla Correia, Rosana Hessel e Denise Rothenburg)


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