Uma Comiss�o de Direitos Humanos que seja para todos e n�o apenas para um segmento da igreja evang�lica. Esse � o mote de um ato que ocorre na noite desta segunda-feira na Associa��o Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, contra a perman�ncia do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presid�ncia da Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara dos Deputados.
O Ato por uma Comiss�o de Direitos Humanos de Todos � promovido pela Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e pelo Centro de Articula��o de Popula��es Marginalizadas (Ceap) e re�ne artistas, pol�ticos e ativistas dos direitos humanos.
O interlocutor da Ceap, o babalawo Ivanir dos Santos, disse que o ato tem o objetivo de protestar contra um projeto pol�tico de intoler�ncia. "[Queremos] alertar a sociedade para a necessidade de que se tenha na Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara uma pessoa que de fato represente todas as diversidades e as minorias descriminadas. A comiss�o, como ela est� hoje, n�o s� n�o representa como � contr�ria a essas minorias e �s suas principais reivindica��es", disse.
Na avalia��o de dos Santos, o que se tem hoje � uma comiss�o que caminha na contram�o daquilo que a originou. "O nosso objetivo � mobilizar e sensibilizar a sociedade, os partidos pol�ticos e o Congresso Nacional para que reveja a composi��o dessa comiss�o, que tem � frente o Feliciano e suas ideias segregacionistas".
Para o representante da Ceap, o presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara tem que ter "sensibilidade nas rela��es com as minorias, com os movimentos sociais, com os ideais que esta comiss�o representa, como os movimentos negros - o homem [Feliciano] n�o gosta de negros porque s�o, segundo ele, amaldi�oados -, das mulheres, dos quilombolas e que combata a intoler�ncia religiosa e a homofobia".
Santos disse que o Ceap parte do pressuposto de que o ato n�o � contra Marco Feliciano, em si, mas contra as "suas ideias fascistas" manifestadas em entrevistas anteriores. "Ele tem todo um hist�rico que vai de encontro �s minorias, qualquer que sejam elas. O que ele tem dito, e que � de conhecimento de todos, � exatamente contr�rio a todas as reivindica��es das minorias", disse.
Para o deputado Marcelo Freixo, presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da Alerj, a presid�ncia de Feliciano representa um grande retrocesso na pol�tica de direitos humanos. "Assistimos estarrecidos e com grande preocupa��o um imenso retrocesso na C�mara Federal com a indica��o do deputado federal Marco Feliciano para a presid�ncia da Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias daquela institui��o".
Para Freixo as declara��es racista e homof�bica do pastor Feliciano n�o s�o condizentes para com os que lutam por uma sociedade mais justa e igualit�ria. "A Comiss�o de Direitos Humanos tem que representar uma outra pol�tica, que n�o � a representada por Feliciano, acusado de fazer declara��es preconceituosas sobre africanos, homossexuais e mulheres. A Comiss�o de Direitos Humanos � um lugar de luta contra os preconceitos e as minorias. E ele n�o representa essa luta", disse.
No pr�ximo dia 7, haver� outro ato, tamb�m da Comiss�o de Direitos Humanos da Alerj e do Ceap, �s 10 h na Praia de Copacabana, tamb�m contra a atual diretoria da Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara. O evento ter� apoio de diversos setores da sociedade civil organizada, como a Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa, da Justi�a Global, da Comiss�o de Direitos Humanos da OAB, da Comiss�o da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI, da Rede F� e Pol�tica - RJ, dos deputados federais e membros da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, Chico Alencar e Jean Wyllys, entre outros, para, segundo os organizadores, "mostrar que todas as cren�as religiosas est�o unidas contra esse projeto pol�tico representado pelo deputado Marco Feliciano".