Aline Moura
Enviada especial
Paulo de Tarso Lyra
Serra Talhada (PE) e Bras�lia – No reencontro com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ap�s ele dizer que “� poss�vel fazer mais pelo pa�s”, a presidente Dilma Roussef desfiou o discurso preparado pelo PT para confrontar o poss�vel advers�rio ao Pal�cio do Planalto em 2014: o estado administrado pelo presidente do PSB cresceu gra�as ao apoio que teve do governo federal. “Se juntamos os investimentos federais e aqueles feitos pelas nossas estatais, chegamos a um volume extraordin�rio de R$ 60 bilh�es em Pernambuco”, discursou Dilma, depois de anunciar a libera��o de R$ 2,8 bilh�es de novas obras para o estado.
A presidente esteve no sert�o de Pernambuco para participar da inaugura��o da Adutora do Paje�, em Serra Talhada. Ela n�o poupou elogios a seu antecessor e padrinho pol�tico, Luiz In�cio Lula da Silva, a quem creditou a instala��o de “um novo ciclo de desenvolvimento, que contempla todo o povo brasileiro”, fazendo quest�o de lembrar que ele � pernambucano.
Sob o sol escaldante da regi�o sertaneja, n�o faltaram recados indiretos, an�ncios bilion�rios e semblantes fechados. A t�nica de Dilma no discurso proferido para mais de 5 mil pessoas no Parque de Exposi��o, era: “ajudo Pernambuco, n�o esque�o o Nordeste e n�o fa�o retalia��es”. A de Eduardo Campos, em palavras “mansas”, como ele mesmo disse era: �gua � um direito e o tratamento igual para todos os estados, um dever.
O governador, nitidamente incomodado, fez quest�o de destacar as realiza��es de sua gest�o. “Aqui h� dois governantes que deixam como legado uma pr�tica pol�tica republicana, n�o como uma d�diva do governo, mas como um direito da cidadania brasileira”, disse o socialista.
A saia-justa prosseguiu com os discursos da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e do ministro de Desenvolvimento Agr�rio, Pepe Vargas, que falaram sobre os investimentos do governo federal em Pernambuco e sobre a aus�ncia de retalia��es em virtude da colora��o partid�ria. Mais uma vez, ficou claro o distanciamento pol�tico entre PT e PSB, iniciado desde que Campos come�ou a articular, com pol�ticos e empres�rios, uma poss�vel candidatura ao Pal�cio do Planalto no ano que vem.
Campos justificou a recep��o calorosa pelo perfil do povo pernambucano, mas fez cr�ticas � pol�tica de combate � seca, lembrando das perdas para os agricultores, e insinuou o rompimento futuro, mas sem rompantes imediatos. “Dentro de cada pernambucano existe um pouco de sert�o. Somos secos �s vezes no trato, mas somos generosos nas horas mais dif�ceis. Somos mansos, presidente, at� porque o sertanejo tem que poupar energia. Os gestos s�o calmos, mas aqui h� uma gente que tem uma coragem que n�o se pode duvidar dela”, avisou.