
A reuni�o da Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da C�mara dos Deputados terminou ontem com a deten��o pela Pol�cia Legislativa de um manifestante contr�rio � perman�ncia do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presid�ncia do colegiado. Pela terceira semana consecutiva, a reuni�o da CDHM foi marcada por tumultos e embates travados entre os ativistas pr� e contra Feliciano, que, apesar da press�o, insiste em permanecer no comando da comiss�o. Durante a sess�o de ontem, o deputado pediu a pris�o do antrop�logo Marcelo R�gis, que o teria chamado de racista. "Aquele senhor de barba vai sair preso daqui porque me chamou de racista", disse o deputado, citando os artigos 138 e 139 do C�digo Penal, que tratam de cal�nia e difama��o.
Ap�s ter sido ouvido e liberado pela Pol�cia Legislativa, o antrop�logo afirmou que apenas gritou palavras de ordem em protesto contra a perman�ncia do deputado no cargo, assim como faziam outros presentes. Ele contou que pediu a um dos palestrantes que abandonasse a mesa “composta por pessoas racistas” e se juntasse aos movimentos sociais. R�gis afirmou n�o integrar nenhum partido ou movimento organizado e se solidarizou com os movimentos gays, negros e feministas, que acusam o pastor de discrimina��o.
Apesar da deten��o, Marcelo R�gis disse que vai continuar protestando contra Feliciano em todas as reuni�es conduzidas por ele. "Sou negro, pobre e gay, por isso me prenderam", afirmou Marcelo R�gis. Depois da reuni�o, um homem tentou invadir o gabinete do pastor, mas foi impedido pelos agentes da C�mara que v�m se revezando para garantir a seguran�a do deputado todas as quartas-feiras, quando acontecem as reuni�es semanais da comiss�o, marcadas agora pelos protestos contra a perman�ncia do presidente no cargo.
Allysson Rodrigues Prata foi detido e levado para prestar depoimento. Na a��o para cont�-lo, Thiago Oliveira Bessa, da Pol�cia Legislativa, afirmou ter levado socos e gravatas de manifestantes e que conseguiu reconhecer um dos suspostos agressores. Ele registrou boletim de ocorr�ncia e foi fazer exame de corpo delito na Pol�cia Civil.
Para que a reuni�o da CDH pudesse continuar, a sess�o teve de ser transferida para outra sala, sem a presen�a dos manifestantes. Somente deputados, jornalistas e assessores puderam participar. A sess�o de ontem foi a primeira conclu�da desde a elei��o de Feliciano, no in�cio de mar�o. “Eu me sinto realizado. Conseguimos aqui conter uma barreira. Mostramos ao Brasil que democracia � isto", disse, referindo-se �s pessoas que protestaram contra ele. O pastor afirmou ainda que “um parlamentar precisa ser respeitado como todo ser humano”.
A comiss�o debateu a contamina��o do solo por chumbo em Santo Amaro da Purifica��o (BA). Pouco antes de encerrar a sess�o, os poucos parlamentares presentes elogiaram a atua��o do presidente do cole giado. "Feliciano est� preparado e sabe o que � a dignidade humana e os direitos humanos”, afirmou o deputado Henrique Afonso (PV-AC), que tamb�m � pastor. O deputado pastor Eurico (PSB-PE) tamb�m declarou apoio ao colega. "Aqueles que nos agridem n�o podem ter mais direitos do que n�s (os deputados) aqui".
Peti��o eletr�nica
O PSC recebeu ontem uma peti��o eletr�nica com 445 mil assinaturas favor�veis � ren�ncia do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) ao cargo de presidente da Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias da C�mara. A entrega simb�lica do documento foi feita ao l�der do PSC na C�mara, deputado Andr� Moura (PSC-SE), e ao vice-presidente do partido, Everaldo Pereira, por ativistas e representantes da Avaaz, entidade internacional que organiza manifesta��es pela internet.
Sess�es tumultuadas
13 de mar�o
Em sua primeira sess�o � frente da Comiss�o de Direitos Humanos, Marco Feliciano foi alvo de manifestantes contr�rios � sua perman�ncia no comando do colegiado. Aos gritos, os ativistas impediram a continua��o dos trabalhos. Ainda assim, os deputados aprovaram seis requerimentos. Parlamentares opositores ao pastor abandonaram o colegiado.
20 de mar�o
Na segunda tentativa de presidir a sess�o da comiss�o, Feliciano foi novamente interrompido por manifestantes. Dessa vez, ele desistiu de ficar � frente do colegiado e abandonou a sess�o ap�s oito minutos.
27 de mar�o
Disposto a fazer o colegiado funcionar, Feliciano mandou prender um manifestante que o chamou de racista e ainda mudou o local da realiza��o da sess�o da Comiss�o de Direitos Humanos.