Bras�lia, 28 - Para p�r fim ao clima de confronto que vem tumultuando os trabalhos da C�mara Federal, o PPS decidiu entrar com processo no Conselho de �tica contra o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP), por quebra de decoro parlamentar e sugeriu a ren�ncia coletiva dos membros da Comiss�o de Direitos Humanos. "Precisamos acabar de vez com a situa��o vexat�ria vivida na a C�mara desde a elei��o do pastor para presidir o colegiado", explicou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).
Apoiado por seu partido, o PSC e pela frente parlamentar evang�lica, Feliciano, todavia, j� avisou que n�o renuncia "de jeito nenhum" e desafiou o col�gio de l�deres a retir�-lo do cargo. Diante da intransig�ncia do pastor, o deputado informou que n�o h� mais espa�o para um acordo pol�tico que resolva a quest�o. "N�s temos instrumentos para resolver o imbr�glio. A situa��o � insustent�vel, a ponto de o pastor mandar prender quem exerce o direito da livre manifesta��o. Passou do limite do admiss�vel", afirmou Jordy.
Ele explicou que a ren�ncia de metade e mais um dos membros da comiss�o for�aria uma nova composi��o do colegiado e uma nova elei��o para a escolha do presidente. Al�m da acusa��o de racismo e homofobia, o pastor, segundo o PPS, precisa explicar den�ncias de uso irregular de verbas de sua cota na C�mara. Jordy alega que Feliciano paga com dinheiro p�blico escrit�rios de advocacia, em processos de interesse pessoal. O pastor nega a acusa��o.
O deputado insiste, na representa��o, que o advogado Rafael Novaes da Silva, que protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) a defesa de Feliciano em inqu�rito por homofobia, tem emprego e sal�rio pago pela C�mara. O advogado � secret�rio parlamentar desde fevereiro de 2011 e respondeu � den�ncia do procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, no �ltimo dia 21, por meio de um documento com v�rias cita��es b�blicas. A representa��o dever� ser assinada pela lideran�a do PPS para ter valor.
Os l�deres partid�rios decidiram chamar o pastor para uma reuni�o na pr�xima semana com o argumento de que sua perman�ncia no comando da Comiss�o � fonte de grande desgaste da Casa e vem atrapalhando os trabalhos regimentais. O presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), chegou anunciar uma solu��o para o caso para esta semana, mas falhou na tentativa de convencer Feliciano a renunciar. Alves pediu o refor�o do col�gio de l�deres para a tarefa.
A op��o pelo convite ao pastor para um debate com os l�deres surgiu ap�s mais de tr�s horas de reuni�o, ontem, em que se chegou � conclus�o de que n�o h� caminho regimental para destitu�-lo. Os partidos passaram os �ltimos dias analisando as sa�das legais para o problema. A mais aceita � a da ren�ncia coletiva. Mas ainda assim h� o risco de a bancada evang�lica, sozinha, viabilizar o quorum e a realiza��o das sess�es da comiss�o.