O governador Geraldo Alckmin (PSDB) participou nesta segunda-feira da cerim�nia de abertura do acesso via internet a documentos do antigo Departamento de Ordem P�blica e Social do Estado (Dops) - uma esp�cie de central de repress�o da ditadura militar - ao lado de seu novo secret�rio particular, o advogado Ricardo Salles, cr�tico da Comiss�o Nacional da Verdade e defensor do golpe de 1964.
“S� o lado de l� fala e quando o nosso lado fala, se limita a negar os fatos. Acho que dever�amos ter uma postura mais ativa, at� porque a punibilidade penal dos fatos, a partir de uma certa idade, n�o existe mais. N�o vamos ver generais e coron�is, acima dos 80 anos, presos por causa dos crimes de 64. Se � que esses crimes ocorreram”, disse Salles durante a palestra em que o golpe militar foi chamado de “movimento de 31 de mar�o”. “Ou seja, pode dizer � vontade. N�o vai acontecer nada. S� vai dar credibilidade maior para a nossa vis�o dos fatos.”
Em 2009, numa entrevista ao jornal Valor Econ�mico, Salles defendeu o golpe militar tendo em vista o contexto social da �poca. “Quando a popula��o exigiu a interven��o dos militares, tivemos um regime militar de direita que visava evitar que n�s ca�ssemos numa ditadura de esquerda de base sindical como era aquela de Jo�o Goulart”, disse.
Nesta segunda-feira, ao lado de ex-presos pol�ticos que sofreram torturas, como Ivan Seixas e S�rgio Gomes, ele afirmou que via com “bons olhos” a divulga��o na internet dos prontu�rios do Dops. “Estamos no s�culo 21, temos que dar transpar�ncia aos documentos”, afirmou.
Em seu discurso, Alckmin destacou a import�ncia da divulga��o de documentos da ditadura militar. “Apol�tica de direitos humanos deve ser uma pol�tica de Estado, acima de qualquer partido”, afirmou o governador.