A onda de insatisfa��o com o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias da C�mara (CDHM), n�o para de crescer, desta vez dentro da pr�pria C�mara. Ontem, ele teve mais um dia de agenda negativa. A deputada Iriny Lopes (PT-ES), ex-ministra de Pol�tica para as Mulheres e que j� presidiu a comiss�o, protocolou pedido de abertura de processo disciplinar contra o pastor, por causa das declara��es que ele fez no fim de semana, durante prega��o em Passos, no Sul de Minas — de que a comiss�o era dominada por “Satan�s” antes de sua elei��o para o cargo. A representa��o de Iriny ser� encaminhada � Corregedoria da C�mara, cujo presidente ainda n�o foi indicado, o que pode atrasar a an�lise do processo.
A declara��o do pastor, no s�bado, incomodou at� mesmo seus correligion�rios, como a deputada Ant�nia L�cia (PSC-AC), que amea�ou deixar a vice-presid�ncia da comiss�o, mas voltou atr�s depois de um pedido de desculpas do colega. As desculpas, no entanto, para o l�der do PSC, deputado Andr� Moura, n�o s�o suficientes. Ele defende que elas sejam feitas oficialmente, a toda a sociedade.
O PSOL anunciou que vai protocolar hoje pedido de investiga��o contra o deputado, na corregedoria e no conselho de �tica e decoro parlamentar. Na representa��o, o partido lista o que considera graves irregularidades cometidas pelo parlamentar. As afirma��es renderam, ainda, nota de rep�dio assinada por ex-presidentes do colegiado. O grupo anunciou que vai fazer gest�es na Mesa Diretora da Casa para adotar “provid�ncias” em rela��o ao caso.
Tamb�m ontem, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski negou pedido de Feliciano para adiar depoimento do parlamentar em processo em que � acusado de estelionato. O depoimento est� marcado para sexta-feira. O Minist�rio P�blico do Rio Grande do Sul acusa o pastor de haver recebido cach� para participar de evento ao qual n�o compareceu.
A bancada do PPS, al�m de estudar a possibilidade de uma ren�ncia coletiva para for�ar nova elei��o na CDHM, anunciou ontem que o partido pretende encaminhar � Comiss�o de �tica da Casa um pedido para apura��o da conduta de Feliciano.
Imagem Na representa��o entregue ao presidente da C�mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Iriny Lopes argumenta que a declara��o do pastor fere o C�digo de �tica da Casa: “Pode-se concluir que o referido parlamentar faltou com respeito com os colegas parlamentares e tamb�m com a imagem da institui��o, infringindo o que preceitua o c�digo de �tica”, afirmou. A deputada Iriny presidiu a comiss�o de direitos humanos em 2006.
Mais uma vez, Marco Feliciano alegou que foi mal interpretado em sua afirma��o. Ele explicou que ao se referir ao dom�nio de Satan�s, quis apenas se referir a seus “advers�rios”, mas como estava em um culto religioso, lan�ou m�o de uma linguagem b�blica. O pastor garantiu se sentir "livre" para continuar o trabalho na comiss�o. “Eu n�o disse nome de ningu�m. Eu estava no culto, num ambiente espiritual. Eu falava sobre situa��es espirituais. Se voc�s assistirem ao v�deo, minutos depois, eu falei que a comiss�o fez um semin�rio com apologia ao sexo para crian�as at� seis anos. Isso para quem � espiritual n�o � coisa de Deus. E se n�o � coisa de Deus � do advers�rio. Satan�s significa advers�rio. No culto, eu tenho liberdade de express�o”, justificou.