A falta de chuva no ano passado e a perspectiva de uma situa��o ainda mais cr�tica para os pr�ximos meses fez com que o governo federal abrisse a torneira de verbas para tentar impedir o aumento do cen�rio desolador cada vez mais comum no semi�rido brasileiro. Ontem, durante reuni�o com o Conselho Deliberativo da Superintend�ncia de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), em Fortaleza, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou investimentos de R$ 9 bilh�es em a��es de preven��o e supera��o da seca. Os 168 munic�pios mineiros integrantes da regi�o que mais sofre com a falta de �gua v�o receber R$ 258 milh�es. Desse total, R$ 168,9 milh�es ser�o aplicados em a��es de emerg�ncia; R$ 46,6 milh�es ir�o para o pagamento de bolsa-estiagem aos flagelados; R$ 23,6 milh�es v�o garantir a safra 2012/2013; e R$ 15 milh�es ser�o destinados a restabelecer servi�os essenciais que foram prejudicados pela falta de chuva. Por fim, R$ 3,95 milh�es ser�o usados na recupera��o de po�os artesianos.
Durante o an�ncio, ao lado de governadores do Nordeste, Dilma apresentou as principais a��es dos primeiros anos de seu governo, destacando a entrega de mais de 270 mil cisternas para o consumo humano e 13 mil para produ��o. A petista prometeu entregar at� julho mais 130 mil cisternas, elevar o n�mero para 240 mil at� o fim do ano e chegar a 750 mil em 2014. Para a��es emergenciais o governo federal pretende aumentar em 30% o total de carros-pipas destinados �s �reas em situa��o mais preocupante, disponibilizando um total de 6,1 mil ve�culos para atender os munic�pios. "Vamos manter as medidas de apoio aos produtores rurais at� que n�o haja mais estiagem, ou seja, o nosso prazo agora deixou de ser datado para ser at� quando n�o houver estiagem”, disse.
Representando as regi�es Norte e os vales do Jequitinhonha e Mucuri, o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) participou da reuni�o e considerou positivas as medidas emergenciais para atender os 2,8 milh�es que vivem em duras condi��es no semi�rido mineiro. No entanto, ele cobrou maior aten��o para os projetos de barragens do estado, incluindo a retomada das obras de Berizal, em Taiobeiras, paralisada h� mais de uma d�cada, e a constru��o da Barragem de Congonhas, entre as cidades de Itacambira e Gr�o Mogol. “Essas s�o obras que iriam beneficiar diretamente mais de 500 mil habitantes, inclusive com projetos de irriga��o”, explicou o Alberto Pinto Coelho durante a reuni�o.
A presidente informou que vai manter o programa Garantia-Safra sem interrup��o enquanto durar o per�odo de seca, e defendeu as a��es de seu governo para promover o desenvolvimento do Nordeste e disse que, gra�as a investimentos da administra��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, "a face da mis�ria nesta regi�o n�o foi acentuada t�o perversamente pela estiagem". "Acho que � incorreto dizer que esse investimento produziu todos os resultados que n�s quer�amos, mas ele produziu um resultado inequ�voco, com as outras pol�ticas sociais do governo, que foi impedir que as popula��es daqui tivessem todas as perversas consequ�ncias que n�s v�amos ser retratadas ao longo da hist�ria do Brasil", afirmou.
Preven��o Dilma ressaltou ainda que os governos federal e estaduais precisam se preparar para a possibilidade de a estiagem ainda durar algum tempo e as chuvas n�o voltarem a cair na intensidade necess�ria para a recupera��o da atividade produtiva na regi�o afetada. “Nenhum de n�s pode esperar que a seca perdure, ou que esse fen�meno recorrente apare�a para ent�o encarar o risco de desabastecimento de �gua. Todas as nossas a��es t�m de assumir esse cunho preventivo”, disse.
Em sua segunda viagem oficial ao Nordeste em menos de duas semanas, Dilma refor�ou tamb�m que o governo federal pretende facilitar a execu��o de obras e a��es emergenciais na regi�o, mantendo o Regime Diferenciado de Contrata��o (RDC) para obras do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) e acelerando a concess�o de titularidade de terras, o licenciamento ambiental e a libera��o de recursos. (Com ag�ncias)