Sorocaba, 17 - O Movimento dos Sem-Terra (MST) bloqueou rodovias em dez Estados nesta quarta-feira, 17, na sequ�ncia do 'abril vermelho'. Al�m de cobrar a acelera��o da reforma agr�ria, as manifesta��es lembraram a morte de 21 sem-terra em confronto com a pol�cia, em 1996, em Eldorado dos Caraj�s, no Par�. No interior de S�o Paulo, rodovias importantes como a Anhanguera, em Ribeir�o Preto, e a Raposo Tavares, em Itapetininga, foram bloqueadas durante cerca de 20 minutos por grupos do MST. Nos dois locais houve congestionamento.
No interior de Pernambuco, al�m do interditar 12 rodovias, o MST ocupou as prefeituras de Goiana, na regi�o norte, e de Moreno, regi�o metropolitana de Recife. Em Eldorado dos Caraj�s (PA), local do confronto que resultou na morte dos sem-terra, cerca de dois mil militantes interditaram a rodovia PA-150, na altura da curva do S. Tamb�m foram bloqueados cinco trechos da BR-463, em Rond�nia, e duas rodovias no interior de Maranh�o. Houve ainda bloqueios em Sergipe e no Piau�. Em Fortaleza (CE), os manifestantes ocuparam a sede do Departamento Nacional de Obras Conta as Secas (DNOCS). A sede do Incra foi ocupada em Goi�nia.
Via Campesina
Em Porto Alegre (RS), a Via Campesina manteve acampamento no p�tio dos pr�dios da Receita Federal e do Incra, no centro de Porto Alegre, ao mesmo tempo em que promovia manifesta��es em outras �reas da cidade.
O grupo de centenas de militantes de movimentos como o dos Sem-Terra, Pequenos Agricultores, Atingidos por Barragens e Mulheres Camponesas, entre outros, dividiu-se em diferentes frentes. Uma delas permaneceu diante dos pr�dios p�blicos federais, o que impediu funcion�rios e usu�rios de entrar nas reparti��es. Outra seguiu para a sede da Secretaria Estadual da Educa��o, tomou o sagu�o do pr�dio e s� saiu depois de seus representantes serem recebidos pela secret�ria-adjunta Maria Eul�lia Nascimento para apresentar reivindica��es. A terceira se deslocou para a sede local da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no bairro S�o Geraldo, onde a manifesta��o foi de apoio � atua��o da empresa. No in�cio da noite, a mobiliza��o prosseguiu com uma passeata por ruas centrais da cidade.
Entre as reivindica��es que a Via Campesina tem feito aos governos federal e estadual e refor�ado com as manifesta��es p�blicas est� a cria��o de uma pol�tica nacional camponesa voltada para os pequenos agricultores e assentados da reforma agr�ria, com programas de infraestrutura, assist�ncia t�cnica, sa�de, moradia, escola e saneamento b�sico. O movimento tamb�m quer acelera��o da reforma agr�ria e escolas adequadas � demanda dos assentamentos.