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Estado de Minas

Barbosa ser� o orador da Medalha da Inconfid�ncia, Dirceu fez o mesmo em 2000

O presidente do Supremo e relator do mensal�o ocupar� o lugar que j� foi do ex-ministro da Casa Civil, condenado como operador do esquema


postado em 21/04/2013 06:00 / atualizado em 21/04/2013 08:17

Itamar fez de José Dirceu e Luiz Inácio Lula da Silva os oradores de dia de protesto oficial contra o governo Fernando Henrique Cardoso (foto: Sidney Lopes/EM:D.A Press - 29/4/00)
Itamar fez de Jos� Dirceu e Luiz In�cio Lula da Silva os oradores de dia de protesto oficial contra o governo Fernando Henrique Cardoso (foto: Sidney Lopes/EM:D.A Press - 29/4/00)

O microfone em que discursar� hoje o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa – o orador oficial da solenidade de entrega da Medalha da Inconfid�ncia –, j� foi usado pelo ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu (PT), condenado a 10 anos e 10 meses pelo STF por comandar o esquema chamado de mensal�o. Em 2000, durante o governo Itamar Franco (PMDB), Dirceu, ent�o presidente nacional do PT, e o ent�o presidente de honra do partido, Luiz In�cio Lula da Silva, foram os oradores da cerim�nia.

Barbosa, considerado o algoz de caciques petistas, chega a Ouro Preto menos de uma semana depois da incurs�o de Lula e da presidente Dilma Rousseff em Minas Gerais, em que o ex-presidente recebeu o t�tulo de Cidad�o Honor�rio do estado na Assembleia Legislativa, Dilma inaugurou casas e distribuiu m�quinas e equipamentos para prefeitos e os dois comandaram um semin�rio sobre os 10 anos do partido no governo federal. Al�m do presidente do STF, o senador A�cio Neves (PSDB), pr�-candidato do PSDB � Presid�ncia, tamb�m estar� hoje no palanque da cidade hist�rica.

Situa��o bem diferente da que ocorria h� 13 anos, quando Jos� Dirceu advertiu as mais de 3 mil pessoas presentes na Pra�a Tiradentes para a necessidade de lutar contra o neoliberalismo, criticando o governo do ent�o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Nos bastidores, Dirceu articulava apoios � candidatura de Lula dois anos depois. “N�o vamos dividir a oposi��o com palavras de ordem”, afirmou � �poca. Lula disse em seu discurso: “Este ato deve ser encarado como uma demonstra��o viva de que a oposi��o brasileira precisa se unificar”.

Depois de ajudar a eleger Lula em 2002, Dirceu se tornou o ministro mais poderoso, mas perdeu o cargo quando estourou o esc�ndalo do mensal�o. No ano passado, Dirceu foi condenado pelo STF tendo o ministro Joaquim Barbosa como relator do processo e o mais duro dos ju�zes.

A cerim�nia que acontece todo dia 21 de abril – em homenagem ao inconfidente Joaquim Jos� da Silva Xavier, morto em 1792 – ao longo dos tempos vem refletindo a orienta��o pol�tica do governo mineiro. Se o governador � alinhado ao presidente da Rep�blica, a entrega de medalhas tende a ser tranquila. Por�m, se h� oposi��o entre os dois governos, a chance de o palanque na Pra�a Tiradentes se transformar em um trampolim pol�tico nacional � maior.

Foi assim no primeiro ano do governo Itamar Franco. Filiado ao PMDB na �poca, mas contr�rio � orienta��o pol�tica de seu partido, ele fazia uma oposi��o visceral ao ex-presidente FHC. Em 1999, com morat�ria decretada, Itamar agraciou l�deres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da Central �nica dos Trabalhadores (CUT) e da Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE).

De acordo com a Pol�cia Militar, 1,2 mil �nibus lotados foram at� Ouro Preto, transportando 20 mil pessoas. Al�m dos movimentos sociais, ladeavam Itamar no palanque Lula, Leonel Brizola (PDT) e Miguel Arraes (PSB), maiores l�deres da esquerda brasileira. “Ap�s 15 anos de festa alinhada com o governo federal, o Dia da Inconfid�ncia Mineira ganhou o tom vermelho das esquerdas. O governador Itamar Franco conseguiu o que queria: transformar a solenidade no maior ato p�blico de protesto contra a pol�tica econ�mica do presidente Fernando Henrique Cardoso”, publicou o Estado de Minas no dia seguinte.

Um boneco gigante do ent�o presidente FHC recebeu a Medalha Joaquim Silv�rio dos Reis, um dos delatores dos inconfidentes. “Cultivamos a esperan�a de que esse homem resolva renunciar”, discursou Brizola. “Esta n�o foi uma solenidade apenas contra FHC, mas em defesa do Brasil, em defesa da nossa soberania”, fez coro Lula, que sucederia FHC na Presid�ncia.

Isolamento Durante o governo Eduardo Azeredo (PSDB), em 1997, cerca de 400 policiais impediram que as pessoas se aproximassem do palco, cercando a pra�a com um cord�o de isolamento. “Alguns manifestantes subiram no muro da Escola de Minas, tiraram as cal�as e viraram os fundilhos. Apesar de pac�fica, houve alguns incidentes. Um manifestante atirou um boneco que satirizava o presidente FHC contra policiais. Ao ser recolhido, a pol�cia constatou que estava recheado de bombas garrafinha”, publicou o EM no dia seguinte.

Tamb�m  no governo Newton Cardoso (PMDB) a popula��o intensificou os protestos, principalmente os professores, que erguiam faixas e bandeiras. “O funcionalismo p�blico, em greve h� 15 dias, roubou a festa do bicenten�rio da Inconfid�ncia, realizada em Ouro Preto. O governador do estado, anfitri�o, foi literalmente execrado em pra�a p�blica e o povo vaiou tudo, at� minuto de sil�ncio”, publicou o EM.

Medalha

Criada em 1952, durante o governo de Juscelino Kubitschek, a medalha � entregue no dia 21 de abril com quatro designa��es: Grande Colar (Comenda Extraordin�ria), Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfid�ncia.


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