
Como se n�o bastasse a tramita��o no Congresso Nacional do projeto que limita a cria��o de partidos no Brasil, a ex-senadora Marina Silva e seus aliados est�o enfrentando outra dificuldade para a coleta de assinaturas que possibilitar� a cria��o do Rede Sustentabilidade: erros no preenchimento da ficha de apoio � legenda. Para ser criado, o Rede precisa de 550 mil assinaturas de eleitores em todo o pa�s. At� agora j� foram coletadas mais de 200 mil, mas a pr�pria Marina estima que, ao final, cerca de 30% delas n�o ser�o reconhecidas pela Justi�a por algum erro no preenchimento de dados dos eleitores.
“H� pessoas, por exemplo, que preenchem a ficha com o nome de casada, enquanto no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) consta o nome de solteira. Estamos trabalhando com a coleta de 650 mil assinaturas por causa dessa margem de erro”, afirmou Marina em Belo Horizonte, onde passou o fim de semana em busca de apoio para seu partido. Pela manh�, ela fez caminhada na tradicional feira de artesanato da Avenida Afonso Pena. Em Minas Gerais, o Rede j� contabiliza cerca de 35 mil assinaturas, mas o objetivo � chegar a 100 mil at� o m�s que vem.
O agente de turismo Edinaldo da Silva Carvalho, de 33, tamb�m fez quest�o de contribuir para a cria��o do Rede. “Ela � uma guerreira que tem uma causa nobre”, alegou. Mas isso n�o significa que apoie a exist�ncia de v�rios partidos no Brasil – atualmente s�o 30. Ele, ali�s, � defensor do projeto de lei que dificulta a cria��o de legendas. “S� os partidos realmente bons e com propostas deveriam existir”, opina.
Nesta semana, os apoiadores da ex-senadora come�am a registrar os documentos no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) – somente depois da aprova��o dos nomes pela Justi�a Eleitoral o partido � oficialmente criado. Volunt�rios j� est�o coletando assinaturas em todo o estado. Marina ainda retorna a Minas em maio, quando receber� o t�tulo de cidad� honor�ria em Uberl�ndia, Araguari, Ouro Preto e Contagem. Antes, passar� por Goi�s, S�o Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paran�.
Uni�o Cortejada pelos principais candidatos da oposi��o, que defendem a sua candidatura a presidente da Rep�blica como forma de aumentar as chances da realiza��o de segundo turno em 2014, Marina Silva negou que sua pr�-candidatura esteja colocada e criticou a antecipa��o do debate eleitoral, que para ela tira o debate das propostas do centro das aten��es. “Essa (candidatura) � uma possibilidade, mas queremos discutir 2014 em 2104. Um n�mero maior de candidatos e segundo turno fortalecem a democracia”, afirmou.
Fus�o abre pol�mica no PPS
O fim de 22 anos de exist�ncia est� gerando pol�mica entre filiados do PPS e esquentou o clima na �ltima reuni�o do partido em Minas, realizada no fim de semana. O Di�rio do Judici�rio deve publicar esta semana a fus�o dos socialistas com o PMN, o que resultar� na cria��o do Movimento Democr�tico (MD). A partir da publica��o, os atuais integrantes das duas legendas ter�o 30 dias para se desfiliar, prazo concedido igualmente a quem quiser migrar para o MD. As insatisfa��es v�o desde a decis�o considerada arbitr�ria pela fus�o com o PMN – tomada pela dire��o nacional do PPS, sem consulta aos estados – at� a escolha do n�mero 33 para simbolizar o novo partido, usado atualmente pelo PMN. O PPS � representado pelo 23.
A fus�o do PPS e do PMN � uma estrat�gia para fortalecer as duas legendas, que poderiam sair perdendo com a aprova��o do projeto de lei que restringe a cria��o de partido e a destina��o de recursos do Fundo Partid�rio e do tempo de televis�o para aqueles que t�m poucos representantes no Congresso Nacional. Para se ter ideia, o PPS tem hoje 10 deputados federais e o PMN apenas tr�s. “A fus�o abre uma janela para a insatisfa��o nos partidos, mas � uma fus�o que nasce para aumentar a bancada federal”, explica o vereador Ronaldo Gontijo (PPS), um dos que lamentam o fim da legenda, que abrigou ex-filiados do PCB. O PPS foi criado depois da queda do muro de Berlim, que marcou o decl�nio do comunismo no mundo.
A expectativa do MD � que a bancada federal passe para 26 deputados. Em Minas Gerais, onde s�o quatro os deputados estaduais filiados ao PPS ou PMN, a estimativa � que o n�mero dobre.