Diante da recusa do prefeito Marcio Lacerda (PSB) de deixar a Prefeitura de Belo Horizonte para concorrer ao Pal�cio Tiradentes, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, convidou o deputado federal Leonardo Quint�o (PMDB) para se filiar � legenda e ser o candidato. Campos estabeleceu um prazo at� 31 de maio para que Lacerda sinalize se pretende aceitar o ultimato do partido, “rachado” no plano nacional em rela��o � candidatura pr�pria � Presid�ncia. Embora os irm�os Gomes declarem publicamente apoio � reelei��o de Dilma Rousseff (PT) – em movimento oposto ao que fez Eduardo Campos em 2010, quando Ciro Gomes desejava concorrer ao Pal�cio do Planalto –, l�deres socialistas avaliam ser a candidatura de Campos, a este ponto, muito dif�cil de ser revertida.
A interlocutores pr�ximos, Leonardo Quint�o tem dito que o PMDB dificilmente pediria a cadeira na C�mara dos Deputados a um ano do fim do mandato. Mas se isso viesse a ocorrer, n�o haveria grandes perdas porque ele estaria envolvido com a campanha estadual. Politicamente lhe faria pouca diferen�a ficar sem o mandato. Com a campanha majorit�ria no estado, Quint�o mira um outro patamar em sua carreira pol�tica. Com a visibilidade que vem a reboque de uma campanha ao governo de Minas, o pior que poderia ocorrer seria n�o se eleger mas se cacifar fortemente para voltar a concorrer � Prefeitura de Belo Horizonte em quatro anos, projeto que foi desarticulado no ano passado, quando PT e PSB protagonizaram a ruptura pol�tica na capital no limite do prazo legal para registro das chapas.
Rejei��o
A m�goa do peemedebista, que o leva agora a deixar o partido, lan�ando-se pelo PSB ao governo de Minas, remonta � disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte do ano passado. Ele era candidato. Assim como eram candidatos D�lio Malheiros (PV), atual vice-prefeito, e o deputado federal Eros Biondini (PTB). Quando o PSB decidiu que n�o se coligaria com o PT na chapa proporcional, dando a senha para a “ruptura” do “acordo” entre socialistas e petistas, o PT se reorganizou em torno da candidatura de Patrus Ananias (PT). D�lio Malheiros e Eros Biondini, que haviam sido estimulados pelo senador A�cio Neves (PSDB) a concorrer, retiraram a sua candidatura. O primeiro se tornou vice de Lacerda. J� o PTB de Biondini apoiou formalmente a chapa Lacerda-D�lio.
Para evitar o isolamento do PT, a pedido do vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer (PMDB), e do ministro do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, Fernando Pimentel, foram abertas as negocia��es com Leonardo Quint�o. Dilma Roussseff tamb�m entrou na negocia��o. O que se pediu foi o que ocorreu: ao desistir de sua candidatura, o PMDB se coligou com o PT, aumentando o seu tempo de televis�o. A disputa assumiu um perfil “de tudo ou nada” j� no primeiro turno. A Quint�o foi prometido que ele integraria o minist�rio, na reforma esperada para este ano.
A reforma veio. Quint�o, que esperava o Minist�rio dos Transportes, ficou sem nada. J� o colega de partido Ant�nio Andrade, que era presidente da legenda em Minas, foi nomeado para o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento. O deputado culpou Pimentel pelo desfecho, considerando que teria sido vetado por ele. A partir do arranjo, enquanto o PMDB de Andrade se comprometeu com Dilma Rousseff, o PMDB de Quint�o se afastou e, para os pr�ximos meses, a tend�ncia � de que se aproxime ainda mais do PSB de Eduardo Campos.