Presidente quer mais do que exportar carne no Tri�ngulo Mineiro

Para uma plateia de pecuaristas e empres�rios ligados ao agroneg�cio, a presidente Dilma Rousseff (PT) avaliou no discurso de abertura da 79ª Expozebu, em Uberaba, alguns dos problemas enfrentados pelo setor, se mostrou otimista com os resultados registrados e as expectativas para o futuro e anunciou a cria��o de uma ag�ncia de extens�o rural dentro do Plano Safra 2013-2014, que ser� lan�ado at� junho. Aproveitando a presen�a de prefeitos e parlamentares do Tri�ngulo Mineiro, Dilma detalhou os investimentos previstos na constru��o de uma f�brica de am�nia e um gasoduto, ambos previstos no Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC), estimadas em R$ 1,3 bilh�o. “Esse processo vai ocorrer ainda este ano, com a licita��o das �reas estrat�gicas na regi�o que ser�o concedidas para explora��o. A f�brica e o gasoduto ser�o um passo para uma transforma��o no estado, que n�o exportar� s� carne, mas passar� a exportar outra riqueza, que � o g�s”, apostou.

A presidente citou ainda as obras do BRT em Uberaba e prometeu dar aten��o especial �s demandas pela constru��o de um anel rodovi�rio no entorno da cidade. Ao ressaltar a import�ncia de investir em log�stica – forte demanda dos produtores – a presidente considerou fundamental a aprova��o da Medida Provis�ria dos Portos, que define um marco regulat�rio para o setor portu�rio. Segundo ela, a MP � crucial para a competitividade do pa�s. “Temos certeza de que o Congresso ser� sens�vel e vai assegurar que o pa�s tenha esse novo marco, que abrir� os portos do Brasil para o setor privado, garantindo a infraestrutura para viabilizar as exporta��es”, avaliou.

O ambiente nem de longe lembrou o das vaias que a presidente recebeu em Campo Grande (MS), na segunda-feira, mas nem por isso faltaram as cobran�as. Entre os v�rios pedidos feitos � Dilma Rousseff e ao governador Antonio Anastasia (PSDB), a quest�o das melhorias na infraestrutura aparece como o ponto mais lembrado pelos produtores, que ressaltam problemas no escoamento da produ��o e dificuldades para agilizar a libera��o nos portos dos produtos de exporta��o.

Na abertura do evento, o presidente da Associa��o Brasileira de Criadores Zebu�nos (ABCZ), Eduardo Biagi, lembrou o aumento significativo da import�ncia da produ��o pecu�ria e do agroneg�cio na economia nacional e citou os recordes registrados na produ��o de carne e leite no ano passado, como prova de que o setor guarda um imenso potencial para gerar recursos, empregos e tecnologia para o pa�s. Assim como outros produtores, Biagi avaliou que o pa�s poderia estar fazendo mais, caso algumas defici�ncias hist�ricas tivessem recebido, ao longo dos anos, maior aten��o dos governantes.

Infraestrutura

Pecuarista da regi�o, Frederico Diamantino foi mais espec�fico. “O entrave que enfrentamos hoje no setor da pecu�ria � a falta de infraestrutura. N�s j� produzimos a maior quantidade de carne do mundo, mas � preciso ter condi��es para exportar toda essa produ��o. � uma pauta antiga, que tem grande impacto para os produtores”, afirmou. Segundo ele, a presen�a de pr�-candidatos � presid�ncia em Uberaba – como a presidente Dilma e o senador A�cio Neves (PSDB-MG) – se torna uma oportunidade fundamental para a discuss�o desses entraves e para que os produtores saibam suas propostas e planos para os pr�ximos anos. “Estamos abertos para ouvir os dois lados (Dilma e A�cio), j� que s�o pol�ticos de grande compet�ncia, e sempre faz bem discutir ideias para aprimorar o setor”, diz Diamantino.

J� o ex-presidente da ABCZ e produtor rural Jos� Olavo Borges foi mais ameno, afirmando que muitas das demandas do setor v�m sendo atendidas nos �ltimos anos, como a redu��o das taxas de juros e a amplia��o de programas de apoio para pequenos e m�dios agricultores. “Al�m do palanque para reivindica��es pol�ticas, os presidenci�veis t�m a chance de conhecer o que est� sendo feito em rela��o aos trabalhos de evolu��o gen�tica no pa�s e as possibilidades que essas pesquisas trazem para o meio. A gest�o das estradas e portos continua chamando aten��o negativamente, mas vale destacar tamb�m avan�os positivos para o pa�s que nos ajuda a competir com o mercado externo”, avaliou ele.