Mais da metade do dinheiro que o PMDB fluminense recebeu de empresas sem intermedia��o de candidatos em 2012 foi doada por empreiteiras, incorporadoras e companhias ligadas � constru��o civil, segundo contas encaminhadas pelo partido ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio no fim de abril.
As contas n�o incluem dinheiro arrecadado por candidatos a prefeito e a vereador no Estado para suas campanhas, considerando apenas contribui��es, que, por serem feitas ao partido, caem no caixa geral da legenda. Isso torna imposs�vel determinar quais campanhas especificamente se beneficiaram - por isso, s�o chamadas de "doa��es ocultas".
O recurso � legal, e sua contabilidade � � parte das campanhas, nos livros cont�beis dos partidos. As construtoras foram origem de mais de 36% desses recursos (R$ 2,89 milh�es); as incorporadoras, por 21% (R$ 1,65 milh�o). Tamb�m h� transportadoras, f�bricas e at� um banco, o BMG (R$ 750.000,00), como doadores. Entre construtoras e incorporadoras, destacam-se Cyrela (R$ 1,040 milh�o) e Carioca Christiani Nielsen (R$ 250.000), entre outras. As maiores doa��es foram feitas pela empresa Praiamar Ind�stria e Com�rcio, uma fabricante de bebidas de Duque de Caxias: R$ 1,7 milh�o.
A sess�o fluminense do partido tamb�m foi alvo de forte apoio financeiro do seu comando nacional em 2012. A contabilidade do PMDB fluminense mostra que em 2012 o Diret�rio Nacional da agremia��o lhe repassou R$ 19.848.106,97, dos quais apenas R$ 1.886.706,97 sa�ram do Fundo Partid�rio.
Todo o resto (mais de R$ 17 milh�es) veio de "Outros Recursos" - possivelmente, dinheiro de doa��es ocultas � dire��o nacional, pelo menos em parte. Apesar das transfer�ncias, por�m, o PMDB fluminense fechou 2012 no vermelho: o resultado l�quido do exerc�cio (ou seja, receita menos despesas) deixou um buraco (d�ficit) de R$ 180.849,78. O saldo acumulado continuou positivo (R$ 723.221,04), mas caiu em rela��o a 2011 (quando foi de R$ 947.206,98).
"Tem diversos tipos de doa��o", disse por telefone o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, que afirmou que, sem as contas na m�o, teria dificuldade de coment�-las, por serem assunto t�cnico. "Provavelmente, essas doa��es foram feitas e sa�ram (o dinheiro foi gasto) no per�odo de campanha e entraram nas contas do partido." O apoio da dire��o nacional, segundo ele, foi canalizado para campanhas em grandes munic�pios do Estado.