Acre - A Pol�cia Federal apontou no inqu�rito da Opera��o G7 suspeitas de que um dos principais investigados se valeu do tr�nsito que mantinha no gabinete do governador do Acre, Ti�o Viana (PT), para vencer uma concorr�ncia no valor de R$ 2,9 milh�es para obras no principal hospital de Rio Branco - onde a empresa j� trabalhava desde 2010 e tinha problemas para concluir os servi�os.
Di�logos gravados pela PF sugerem que a contrata��o da CIC foi tratada diretamente com o governador e o secret�rio de Obras, Wolvenar Camargo - tamb�m preso na opera��o -, antes mesmo da abertura da licita��o. “Intercepta��es revelam que a licita��o possivelmente foi direcionada para a empresa CIC Constru��es, tendo em vista que a referida j� estava executando obras no Huerb”, relata o inqu�rito. A CIC j� executava servi�os no Huerb em 2011, quando Narciso vinha sendo monitorado nos grampos da G7. A empresa foi contratada em mar�o de 2010 para a reforma e amplia��o do hospital - um contrato no valor de R$ 5 milh�es.
Nas conversas gravadas entre setembro e outubro de 2011 pela PF, o empres�rio demonstra estar preocupado com o andamento da obra no hospital. No dia 30 de setembro Narciso fala com um homem n�o identificado e menciona encontro que teria com o governador. “T� aqui no gabinete do governador pra tentar falar com ele aqui pra resolver o neg�cio a� do pronto-socorro.”
Viana n�o foi alvo das investiga��es, mas, segundo o inqu�rito, um dos momentos que o poder p�blico local foi “leniente” com o suposto cartel � um di�logo captado no dia 1º outubro de 2011 em que Narciso cita uma reuni�o com o governador. Ap�s o suposto encontro, o investigado liga para o pai, o ex-deputado Narciso Mendes, e afirma que o governador mandou fazer “uma reserva de recursos” para que a obra do hospital n�o parasse.
Antes, Narciso conversou com um homem n�o identificado sobre a mesma reuni�o e afirma que ouviu do governador refer�ncia �s obras da UTI no Huerb. A concorr�ncia 173/2011, para reformas no Centro Cir�rgico e UTI, s� foi publicada no dia 14 de outubro.
O secret�rio de Comunica��o do Acre, Leonildo Rosas, informou que o governador nunca recebeu qualquer empres�rio para tratar de contratos ou licita��o e que sempre agiu dentro da legalidade. O secret�rio-adjunto de Obras, Leonardo Freire, informou que por determina��o do governador ser� aberta uma sindic�ncia para irregularidades na contrata��o da CIC.
O advogado de Narciso, Emilson Brasil,disse que seu cliente � inocente e que se houve direcionamento das concorr�ncias os respons�veis pelas licita��es deveriam estar presos.