Em mais uma demonstra��o de rebeldia em rela��o ao Pal�cio do Planalto, a bancada do PMDB na C�mara teve papel destacado na articula��o que levou � apresenta��o, nesta quinta-feira, de um pedido de cria��o de uma comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) para investigar irregularidades na Petrobras. Das 199 assinaturas apresentadas, os deputados do PMDB foram os respons�veis pelo maior apoio entre os partidos, com 52 nomes.
O pedido de CPI ocorre dois dias depois de um jantar no Pal�cio do Jaburu, resid�ncia oficial do vice-presidente da Rep�blica e presidente de honra do PMDB, Michel Temer, em que governadores do partido desfiaram um ros�rio de cr�ticas � alian�a com o PT de Dilma Rousseff. A presidente n�o foi ao encontro.
Em cena presenciada pela reportagem do Broadcast, servi�o de tempo real da Ag�ncia Estado, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), mostrou-se surpreso com a ades�o em massa da legenda. Raupp n�o quis dizer se vai trabalhar pela retirada de assinaturas do partido no pedido de cria��o da CPI. S�o necess�rias pelo menos 171 assinaturas para se criar uma comiss�o de inqu�rito. Mas at� a sua instala��o, elas podem ser retiradas e a CPI n�o ser aberta.
Na pr�tica, a comiss�o - que tem na mira apurar a venda de ativos da estatal no exterior - n�o deve prosperar porque h� uma fila de mais de dez pedidos de cria��o de CPI na frente. O deputado Leonardo Quint�o (PMDB-MG), um dos autores do pedido, negou que o objetivo da comiss�o parlamentar � retaliar o governo. "A Petrobras est� conduzindo essas opera��es de uma maneira muito truculenta e isso � lesivo aos acionistas", disse o parlamentar. Ele defende que, por "interesse nacional", a abertura da CPI da Petrobras passe na frente das demais.
Um cacique peemedebista da C�mara, que pediu para falar reservadamente, disse que a comiss�o tem objetivo de mandar um recado ao governo. "� mais uma demonstra��o de insatisfa��o da base", afirmou o deputado graduado do PMDB. Esse parlamentar disse que a queixa dos parlamentares t�m a ver com o corte de R$ 27 bilh�es no or�amento anunciados esta semana.
Segundo esse deputado peemedebista, os minist�rios do Turismo e da Agricultura, comandado pelos correligion�rios Gast�o Vieira e Ant�nio Andrade, tiveram um corte, respectivamente, de 76% e 46%. Mas pastas comandadas pelo PT, disse, teriam sido preservadas da tesourada. "Como � que vamos segurar a base, se voc� n�o a atende?", questionou. Leonardo Quint�o disse que vai procurar os parlamentares que assinaram o pedido de cria��o da CPI com o objetivo de fustigar a estatal, menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff.