Poss�vel candidatura de Campos gera crise no PSB

Em a��o orquestrada pelo PT, governadores aliados e "amigos" do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, entregaram um recado do Planalto ao presidenci�vel: h� uma crise instalada nos palanques estaduais do PSB e que, al�m de se lan�ar de forma precipitada como candidato a presidente da Rep�blica, Campos n�o deve contar com o apoio de siglas como PTB, PDT e PPS (este �ltimo presente como "tradicional aliado" na conven��o do PSDB que formalizou o senador A�cio Neves na presid�ncia do partido).

Preocupados com as poss�veis aus�ncias do PT e do PMDB nas alian�as regionais, os governadores do Amap�, Camilo Capiberibe, e do Esp�rito Santo, Renato Casagrande, ambos do PSB, disseram a Campos que seus palanques est�o sendo esvaziados e que uma candidatura pr�pria ao Planalto em 2014 seria "uma aventura". Com a expectativa frustrada dos palanques estaduais de Campos, cresce entre petistas a esperan�a de que o governador de Pernambuco desista da candidatura, como prev� o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

O argumento apresentado aos governadores � que seria arriscado para o PSB lan�ar candidatura pr�pria em 2014 e disputar uma elei��o simplesmente para marcar posi��o agora, como j� vinha sendo encampado pelo governador Cid Gomes (CE). "� �bvio que se o PSB tem candidatura pr�pria, isso vai dificultar a forma��o de alian�as nos Estados. � consequ�ncia natural. Como o PT vai apoiar um candidato a governador que vota em outro candidato a presidente?", ponderou o governador, que defende a preserva��o da alian�a que elegeu cinco dos seis governadores do partido (com exce��o da Para�ba) e a amplia��o da bancada do PSB no Senado.

Cid fala abertamente que a candidatura de Campos sacrifica a manuten��o dos governos do PSB nos Estados, enquanto outros governadores, como Wilson Martins (PI), trabalham nos bastidores para demover Campos de seu projeto nacional. "Ele tem sido mais cuidadoso para evitar estragos na rela��o com Eduardo Campos", explicou um aliado de Martins. "O Wilson n�o quer saber do Eduardo Campos", comemorou um petista.

Embora Campos n�o tenha dado sinais de desist�ncia, os petistas avaliam que as "conversas" com os "amigos" de Campos surtiram efeito e o clima de campanha do l�der do PSB diminuiu. "Nos �ltimos 30 dias a temperatura abaixou, o que permite a reaglutina��o do PSB na base", avaliou um l�der do governo.

A estrat�gia do PT para atrair o PSB passa n�o apenas pelo palanque dos Estados, mas tamb�m pela rela��o com o Pal�cio do Planalto. "As duas vari�veis que influenciam no apoio � presidente Dilma s�o as alian�as locais do PSB com o PT e uma rela��o positiva com o governo federal", afirmou o deputado Paulo Teixeira (SP), secret�rio-geral do PT. "O primeiro c�lculo � de natureza pol�tico-eleitoral e o segundo, de natureza administrativa", disse.

Intimida��es

Entusiasta da candidatura de Campos, o l�der do partido na C�mara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS), reclama que o Planalto tem agido em outra frente: constrangendo governadores e prefeitos que se declaram a favor de Campos. "As coisas come�aram a ficar dif�ceis para quem disser que est� com Eduardo", disse. Segundo ele, a dificuldade de acesso a recursos e programas federais estaria obrigando os governadores a declararem apoio p�blico � reelei��o de Dilma.

Albuquerque afirmou que as "intimida��es" partem de pessoas pr�ximas da presidente Dilma. "Isso tem o dedo de setores que querem constranger o PSB. E isso n�o pode continuar. Isso � inaceit�vel", afirmou o deputado. O l�der do governo no Senado, Wellington Dias (PI), saiu em defesa do Pal�cio do Planalto: "Isso n�o � verdade. Tudo o que foi prometido foi mantido".