
Durante o per�odo da ditadura militar, entre os anos de 1964 e 1985, foram mortos 85 mineiros, enquanto lutavam contra o regime. Neste s�bado, 28 anos ap�s o fim dos governos antidemocr�ticos, as v�timas que nasceram no estado ganharam um monumento, em frente � antiga sede do Dops (Delegacia de Seguran�a Pessoal e de Ordem Pol�tica e Social), na Avenida Afonso Pena. A escultura traz os nomes dos dissidentes, suas idades e a data da morte.
Belo Horizonte � a primeira de 11 capitais brasileiras a receber o monumento, criado pelo arquiteto ga�cho Tiago Balem, cujas formas lembram uma bandeira nacional vazada. A obra tamb�m tem local destinado � coloca��o de flores para as v�timas. O nome mais famoso � o da estilista curvelana Zuleika Angel Jones, a Zuzu Angel, que morreu em 1976 enquanto fazia den�ncias p�blicas sobre o desaparecimento do filho, Stuart Jones, perseguido pela ditadura.
O monumento foi inaugurado por Paulo Abr�o, Secret�rio Nacional de Justi�a. A cerim�nia contou tamb�m com a presen�a do prefeito M�rio Lacerda. Em discurso, ele falou que a obra n�o s� preta uma homenagem a pessoas que lutaram pela democracia, como tamb�m deve servir de exemplo para que os atos praticados durante o regime militar n�o voltem a ocorrer. O secret�rio tamb�m falou sobre os cidad�os que se referem � �poca ditadura como boa para o Brasil: “esse tipo de fala revela desconhecimento sobre o per�odo”, disse.
MEM�RIA Durante a cerim�nia de inaugura��o do monumento, Paulo Abr�o manifestou o desejo de que o antigo pr�dio do Dops seja transformado em centro de mem�ria as v�timas da ditadura em Minas Gerais. V�rios dissidentes ficaram presos no interior do im�vel, que tamb�m serviu de palco palco para as temidas sess�es de tortura.
O Secret�rio aproveitou a viagem a Belo Horizonte para visitar as futuras instala��es do Memorial da Anistia, que ser� erguido no local onde funcionava “coleginho” da Fafich, no Bairro Santo Ant�nio, regi�o Centro-Sul da capital. O pr�dio dever� abrir as portas at� o fim do ano que vem. Os alicerces do im�vel, que estavam bastante deteriorados, tiveram de ser reconstru�dos, o que provocou atraso nas obras.
O pr�dio abrigar� um acervo de processos, dossi�s e v�rios tipos de documentos recebidos pela Comiss�o da Anistia Pol�tica, referentes ao per�odo militar. O projeto foi concebido pela cineasta Daniela Thomas.